Pedro Chaves
Estou muito preocupado com a expansão do coronavírus no mundo. Estamos vivendo um momento muito difícil da humanidade. Essa crise tem traços parecidos com a avalanche que levou o mundo a viver uma quebradeira geral dos ativos produtivos, em 1929, gerando fome, desemprego e desesperança. Estamos vendo tristemente vidas sendo ceifadas e o sofrimento estampado no rosto das pessoas de todo planeta. Absolutamente ninguém está livre desse flagelo.
É triste constatar que as pessoas estão se isolando e o convívio social ficando cada vez mais restrito. Isso tudo representa grande atraso para a humanidade. A riqueza concreta dos povos é a sua liberdade de ir e vir. De poder ter vida social e abraçar os amigos e amigas. As ruas e as praças estão perdendo momentaneamente seu encanto porque as pessoas não podem sair das suas casas para apreciar o belo, com receio de contrair o perigoso inimigo que ganhou o nome cientifico de Convid 19.
O processo de isolamento parcial, medida justa considerando o quadro sanitário do planeta, vem provocando crises em várias dimensões da atividade humana. Os mercados do mundo estão derretendo. Reportagem publicada no Jornal El Pais de 15/03 de 2020 mostra que “o vírus golpeou primeiro a China, depois chegou ao Irã e à Coreia do Sul, e agora abala a Itália e o resto da Europa ocidental”. Em pouco tempo também migrou para as américas deixando um rastilho de sofrimento por onde passa.
A Convid 19 chegou ao Brasil e a situação não é muito diferente dos outros países. A economia está sendo golpeada perigosamente. Todos os setores estão sendo atingidos. Rapidamente a crise se espalha em ondas. Ademais, infelizmente, não sabemos o que vai acontecer com sistema de saúde se a população não seguir corretamente as instruções dos especialistas médicos.
Como educador fico refletindo sobre caminhos para ajudar a mitigar o caos que já está se abatendo sobre a dimensão educação que é estratégica para o presente e o futuro do Brasil e do mundo. Alunas e alunos, de todas as idades, estão sendo orientados a ficarem em casa. As escolas fecharam as portas até que a pandemia passe. Os estados e municípios e o setor privado estão estudando como ofertar educação aos estudantes que ficarão em suas casas.
O caminho mais viável e seguro, sem dúvida, é a oferta de educação por meio de vídeo atendimento. Desde a década de 1980 quando a revolução tecnológica começou a ganhar densidade no Brasil uma parte das instituições educacionais, notadamente universitárias, resolveu investir nas iniciativas digitais. A Uniderp, da qual fui Reitor, também aderiu ao sistema de (EAD) e desenvolveu um ousado projeto de educação à distância. Fomos um dos pioneiros na oferta dessa modalidade educacional.
A nossa ideia era propiciar a mais gente o acesso ao ensino universitário e outros. Tivemos muito sucesso com essa iniciativa.
Faço essas considerações porque conheço com profundidade o sistema educacional por meio digital. Sei o papel que o vídeo atendimento cumpre no sentido de formar pessoas com educação de qualidade, assim, recomendo que as escolas, sem problema nenhum, ofertem suas aulas à distância.
Os conteúdos podem estar à disposição do telefone do aluno para ser alcançado em qualquer lugar, a qualquer hora e quase de graça como diz o educador Ronaldo Motta. Aliás, as instituições universitárias já adotam amplamente o sistema EAD no seu processo educacional formal.
*Economista, educador, empresário e Secretário de Estado do Governo de Mato Grosso do Sul.