O banco Santander prevê que o crescimento da economia brasileira para este ano seja de 1%. A previsão inicial para o Produto Interno Bruto (PIB) era de 2%. No ano passado, o PIB registrou 1,1%, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A mudança de cenário é a projeção dos efeitos que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) possa causar na economia brasileira.
A contração principal deve ocorrer no primeiro semestre do ano, com recuos na casa de 0,2% e 0,4% nos dois primeiros trimestres — o que ocasionaria a chamada recessão técnica. Porém, a projeção é que a economia acelere na segunda metade do ano terminando com um resultado positivo, mas bem aquém das previsões iniciais. “Estamos trabalhando com um cenário no qual o impacto do surto de coronavírus vai se dissipando ao longo do ano”, afirma Maurício Oreng, economista do Santander, avaliando que o desempenho da economia será “truncado” durante o ano.
O banco projeta crescimento baixo em todo mundo. A China, epicentro da Covid-19, deve expandir 4%, enquanto Estados Unidos terá crescimento zerado e a Europa deve contrair 0,5%.
SELIC
O Santander também revisou a previsão para a taxa básica de juros, a Selic. Segundo Oreng, o BC deve ajustar em meio ponto porcentual já nesta quarta-feira (passando de 4,25% para 3,75%) e fazer mais um ajuste adicional durante o ano, terminando o ano com a taxa em 3,5% ao ano. Segundo o economista, o corte é possível em um cenário que a inflação continua comportada, o que gera a margem. “Não temos como fazer uma mexida como o FED fez, por exemplo, de 1%, mas acreditamos que haverá algum ajuste”.
Sobre o pacote do governo anunciado na última segunda-feira (16) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que irá liberar R$ 147 bilhões para o combate dos impactos econômicos do coronavírus. “Acreditamos que temos que cumprir a restrição, porque a politica monetária depende dela”, informou o banco. Entre as medidas anunciadas por Guedes estão o adiantamento do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS e a postergação de recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por parte das empresas por 90 dias.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Veja)