Rodrigo Aragão é um dos principais nomes do gênero no país
Marcelo Rezende
Hoje é sexta-feira 13. Para uns, a data significa azar, para outros, como eu, é um dia perfeito para curtir filmes de terror no conforto do lar. Hoje também é celebrado o aniversário de José Mojica Marins, grande mestre do cinema de terror brasileiro, que completaria 84 anos e partiu deixando grande saudade. Mas, voltando ao assunto da coluna de hoje, caro leitor, você tem ideia de como a sexta-feira 13 ganhou esta fama de “dia do azar”?
Em primeiro lugar vamos falar da sexta-feira. A teoria mais popular vem do cristianismo. Por tradição, sexta-feira é considerado o dia em que Eva deu a “maçã” a Adão, e quando eles foram expulsos do Jardim do Éden. No entanto, nessa “época” ainda não existiria o conceito de dias da semana. Existem outras teorias, que podem ser facilmente encontradas no Google. É só pesquisar.
Já com o número 13, assim como acontece com a sexta-feira, há diversas possibilidades para sua origem. A mais popular delas também decorre do cristianismo. É considerado de extrema má sorte ter 13 pessoas sentadas em uma mesa para o jantar, supostamente porque Judas Iscariotes é, por tradição, a 13ª pessoa na Última Ceia. A mitologia Viking também tem sua teoria. De acordo com o velho mito nórdico, 12 deuses foram festejar no salão de banquetes no Valhalla quando Loki, o deus da Malícia, apareceu sem ser convidado. Isso, naturalmente, trouxe a contagem de deuses ao temido número 13. Loki então incentivou Hod, o deus cego do Inverno e das Trevas, a matar Balder, o Bom, com uma lança de visco, deixando todos no Valhalla em luto.
Daí para os supersticiosos criarem o mito da sexta-feira 13 foi um pulo. Até a franquia de terror americana capitaneada pelo psicopata Jason Voorhees chegou para meter medo na galera, “Sexta-feira 13” é um ícone do cinema de terror. E é nessa pegada que resolvi chamar um especialista no assunto para indicar os cinco melhores filmes de terror brasileiros para curtir na famigerada data. O cineasta capixaba Rodrigo Aragão é hoje um dos principais nomes do cinema de gênero terror do país, sendo considerado por alguns críticos como o sucessor de José Mojica Marins. Aragão tem em sua filmografia os filmes “Mangue Negro” de 2008, “A Noite do Chupacabras” de 2011, “Mar Negro” de 2013, “Fábulas Negras” de 2015, “A Mata Negra” de 2018 e “O Cemitério das Almas Perdidas”, que deve ser lançado ainda em 2020. No currículo Rodrigo tem a participação em mais de 100 festivais ao redor do mundo e 23 prêmios; além de distribuição nacional e internacional, nas mais variadas plataformas de exibição. Segue a lista indicada pelo cineasta com exclusividade para o jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
“Em primeiro lugar ‘A Encarnação do Demônio’, de José Mojica Marins, longa-metragem que finaliza a trilogia do Zé do Caixão. Uma ótima maneira de os jovens descobrirem a força do personagem criado pelo mestre José Mojica Marins. Na sequência ‘Mal Nosso’, de Samuel Gally, a prova de que é possível fazer cinema independente de qualidade, seguido por ‘Nervo Craniano Zero’, de Paulo Biscaia, um diretor único no comando de uma história criativa e divertidamente sangrenta. Outra ótima pedida é ‘Clube dos Canibais’, de Guto Parente Forte, provocante e assustador. E para finalizar ‘Morto Não Fala’, de Dennison Ramalho, terror de primeira qualidade made in Brasil”, apontou Rodrigo Aragão.
Deixando a superstição de lado, que tal preparar a pipoca e valorizar os diretores brasileiros prestigiando suas produções e tomando bons sustos nesta noite de sexta-feira 13? A coluna de hoje é dedicada à memória de José Mojica Marins, grande mestre do cinema de terror brasileiro.
* Editor de Arte & Lazer, do Jornal O Estado