A ceia de Natal é um dos momentos mais aguardados do ano pelas famílias brasileiras. Mesa farta, pratos tradicionais e longas horas de confraternização fazem parte da celebração. No entanto, um problema quase invisível pode transformar a festa em dor de cabeça, ou de estômago: a intoxicação alimentar, causada principalmente pela contaminação de alimentos durante o preparo, o armazenamento ou o consumo.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem mais de 250 tipos de DTHA (Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar) no mundo. Essas doenças podem ser provocadas por bactérias e suas toxinas, vírus, parasitas intestinais ou até substâncias químicas. Durante as ceias de fim de ano, as causas bacterianas mais comuns são a Campylobacter e a Salmonella, frequentemente encontradas em aves cruas ou mal cozidas.
Sintomas exigem atenção
O Ministério da Saúde explica que não há um quadro clínico único para os surtos de DTHA, já que os sintomas variam conforme o agente causador. Ainda assim, alguns sinais são recorrentes e devem acender o alerta:
– Náusea
– Vômito
– Dor abdominal
– Diarreia
– Falta de apetite
– Febre
Os sintomas podem surgir entre 30 minutos e até 72 horas após o consumo do alimento contaminado. Febre, vômitos, diarreia e dores abdominais devem motivar a procura imediata por atendimento médico. A automedicação pode agravar o quadro.
Cuidados começam antes da cozinha
Evitar a intoxicação alimentar não é responsabilidade apenas de quem prepara a ceia. Quem consome os alimentos também deve adotar cuidados básicos, como lavar bem as mãos antes de comer e evitar manusear os alimentos sem a devida higienização.
A família deve observar atentamente as condições dos pratos antes do consumo, verificando se as carnes, especialmente as aves, estão bem cozidas. Outro ponto essencial é a limpeza correta de utensílios, como talheres, pratos e vasilhas, antes de armazenar ou reutilizar os alimentos.
Atenção ao preparo e ao armazenamento
Especialistas e o Ministério da Saúde reforçam que o controle de temperatura e o armazenamento adequado são decisivos para prevenir contaminações. Entre as principais orientações estão:
– Manter alimentos prontos separados de alimentos crus ou semiprontos;
– Conservar alimentos quentes a 60 °C ou mais por, no máximo, seis horas;
– Alimentos resfriados devem permanecer abaixo de 5 °C por até cinco dias;
– Preparações mantidas abaixo de 60 °C devem ser consumidas em até 60 minutos;
– Alimentos frios expostos devem ficar abaixo de 5 °C;
– Perecíveis devem permanecer fora da geladeira apenas pelo tempo mínimo necessário e ser armazenados entre 2 °C e 8 °C;
– Descongelar alimentos sob refrigeração ou no micro-ondas, nunca à temperatura ambiente;
– Alimentos descongelados não devem ser recongelados;
– Reaquecer bem alimentos refrigerados ou congelados antes do consumo;
– Manter ovos refrigerados e fora da porta da geladeira;
– Ovos cozidos devem ferver por pelo menos sete minutos;
– Evitar o consumo de ovos crus ou mal cozidos;
– Proteger alimentos contra insetos, roedores e outros animais;
– Higienizar frutas, legumes e verduras com esfregação em água corrente antes do consumo ou preparo.
Festa segura também é festa saudável
Com cuidados simples e atenção aos detalhes, é possível reduzir significativamente o risco de intoxicação alimentar e garantir que a ceia de Natal seja lembrada apenas pelos bons momentos. Em caso de qualquer sinal de mal-estar após a refeição, a recomendação é clara: procurar atendimento médico e evitar a automedicação. Afinal, celebrar com segurança também faz parte do espírito natalino.
Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram