O cantor e compositor Lindomar Castilho morreu neste sábado (20), aos 86 anos. A informação foi confirmada pela filha, Lili De Grammont, por meio das redes sociais. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em 1940, na cidade de Rio Verde, em Goiás, Lindomar Castilho ficou conhecido nacional e internacionalmente como o “Rei do Bolero” e o “Namorado de las Américas”. Ele se consolidou como um dos maiores intérpretes do gênero na música brasileira, com canções marcadas por letras sobre amores intensos, desilusões e sofrimentos afetivos, que conquistaram grande público ao longo das décadas.
A carreira artística de Lindomar foi marcada por expressivo sucesso comercial. Ao longo de sua trajetória, lançou mais de 30 discos, sendo cerca de 20 no exterior, o que reforçou sua projeção internacional. Em 2001, a canção “Você É Doida Demais” voltou a ganhar destaque ao ser escolhida como tema do seriado Os Normais, exibido pela Rede Globo. Já em 2011, “Eu Vou Rifar Meu Coração” deu título ao documentário dirigido por Ana Rieper, que aborda o imaginário romântico brasileiro presente na chamada música “brega”.
Apesar da relevância musical, a história de Lindomar Castilho também ficou marcada por um crime que chocou o país. Na década de 1980, ele matou a ex-mulher, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação. Eliane se apresentava no Café Belle Époque, acompanhada pelo violonista Carlos Randall, quando Lindomar entrou no local, dirigiu-se ao palco e disparou cinco vezes contra ela.
O cantor foi condenado pela Justiça a 12 anos de prisão e, em 1988, obteve liberdade condicional. O caso teve grande repercussão nacional e passou a integrar o debate sobre violência contra a mulher no Brasil.
Ao anunciar a morte do pai, Lili De Grammont fez um desabafo contundente. “Meu pai partiu! E como qualquer ser humano, ele é finito, ele é só mais um ser humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha mãe também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, afirmou.
A morte de Lindomar Castilho encerra a trajetória de uma figura que deixou marcas profundas tanto na música popular brasileira quanto na memória coletiva do país, marcada por sucesso artístico e por uma tragédia que atravessou gerações.
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