O resultado é maior queda percentual diária desde setembro de 1998
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou com fortes quedas nesta segunda-feira (09), dia marcado por circuit breaker, com as ações da Petrobras desabando mais de 30% após decisão da Arábia Saudita derrubar os preços do petróleo. Já o dólar escalou novos recordes históricos, se aproximando de R$ 4,80.
O Ibovespa caiu 12,3%, a 85.931,36 pontos, mínima desde dezembro de 2018 e a maior queda percentual diária desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa. O volume financeiro era expressivo e superava 41,6 bilhões de reais.
No fechamento das operações no mercado à vista, o dólar saltou 1,97%, o que representa R$ 4,7256 na venda, depois de alcançar R$ 4,7950, novo pico histórico. A alta da moeda no fechamento é a mais forte desde 6 de novembro de 2019 (+2,22%).
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha ganho de 1,99% às 17h38, a 4,7295 reais, após bater 4,7990 reais na máxima.
A moeda norte-americana até saiu das máximas da sessão, mas não sem antes o Banco Central vender um total de R$ 3,465 bilhões de dólares em moeda spot. É o maior volume a ser liquidado em um mesmo dia desde pelo menos 11 de maio de 2009.
O movimento do câmbio no Brasil ocorreu em sintonia com o visto frente a outras moedas emergentes. Mas, diferentemente de últimas sessões, o real não liderou as perdas, encabeçadas por divisas correlacionadas ao petróleo —peso mexicano, peso colombiano e coroa norueguesa. O petróleo desabou na casa de 24%, após decisão da Arábia Saudita de elevar produção e cortar preços.
O mercado local analisou ao longo do dia declarações do diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, segundo o qual a autoridade monetária usará as ferramentas e montantes necessários para prover liquidez e funcionalidade ao mercado cambial.
“Isso vai em linha com o que acreditamos ser o modo apropriado para lidar com esse evento único. Não é uma questão de taxa de câmbio barata ou cara, mas de necessidade de evitar que o câmbio fique disfuncional”, disse em relatório a equipe de estratégia para mercados emergentes do BNP Paribas.
Comentários sobre o câmbio também vieram do ministro da Economia, Paulo Guedes, que repetiu que o câmbio de equilíbrio no Brasil é mais alto e disse que sua flutuação também é atrelada ao andamento das reformas econômicas.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações do site Reuters)