Cerca de 8,6 milhões de brasileiros deixam a pobreza e país atinge menor índice em 12 anos

IBGE revela que 1,9 milhão saíram da extrema pobreza em 2024 - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
IBGE revela que 1,9 milhão saíram da extrema pobreza em 2024 - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Síntese de Indicadores Sociais aponta queda histórica da pobreza e da extrema pobreza em 2024

O Brasil encerrou 2024 com uma das maiores reduções de pobreza já registradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mais de 8,6 milhões de pessoas saíram dessa condição em um ano, fazendo a proporção de brasileiros pobres cair para 23,1%, o menor patamar desde o início da série histórica, em 2012. Em números absolutos, são 48,9 milhões de pessoas vivendo com menos de US$6,85 por dia — cerca de R$694 mensais. No ano anterior, eram 57,6 milhões.

A queda não ocorreu de forma isolada. Ela marca o terceiro ano consecutivo de melhora, após o agravamento em 2021, quando a pobreza saltou para 36,8% em meio à pandemia, ao mercado de trabalho fragilizado e à redução dos valores do Auxílio Emergencial. Segundo André Geraldo de Moraes Simões, pesquisador responsável pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS), dois movimentos explicam a reversão a partir de 2022: o reaquecimento do emprego e o fortalecimento dos programas assistenciais.

“Tanto o mercado de trabalho aquecido quanto os benefícios de transferência de renda, principalmente o Bolsa Família e o Auxílio Brasil, que ganharam maiores valores e ampliaram o grupo da população que recebia”, afirmou.

A extrema pobreza também apresentou redução expressiva. O país passou de 9,3 milhões para 7,4 milhões de pessoas vivendo com até US$2,15 por dia (cerca de R$218 mensais), o equivalente a 3,5% da população — menor índice da série. No auge da pandemia, em 2021, 18,9 milhões estavam nessa situação.

Mesmo com a melhora nacional, o estudo reforça desigualdades históricas. No Nordeste, 39,4% da população vive na pobreza; no Norte, 35,9%. No Sul, o índice cai para 11,2%; no Sudeste, para 15,6%; e no Centro-Oeste, para 15,4%. A disparidade racial também aparece de forma nítida: entre brancos, 15,1% eram pobres; entre pretos, 25,8%; e entre pardos, 29,8%.

A diferença entre trabalhadores formais e informais é outra marca da desigualdade. Entre empregados sem carteira assinada, 20,4% estavam na pobreza em 2024. Entre contratados formais, o índice foi de 6,7%.

A Síntese de Indicadores Sociais também mostra queda na desigualdade de renda. O Índice de Gini chegou a 0,504, o menor desde 2012. O IBGE simulou o cenário sem programas sociais como Bolsa Família e BPC: o índice subiria para 0,542, e a extrema pobreza entre idosos aumentaria de 1,9% para 35,4%.

*Com informações da Agência Brasil

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