Cesta básica cai para R$ 777,28 em outubro, mas café sobe 58% e carne 16% em 12 meses
O valor da cesta básica em Campo Grande apresentou leve retração em outubro, após meses de variações discretas. Segundo levantamento do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em parceria com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o conjunto dos 13 produtos que compõem a cesta caiu 0,43% em relação a setembro, custando R$ 777,28.
Mesmo com o recuo mensal, o custo dos alimentos básicos segue 3,49% acima do verificado em outubro de 2024 e 0,9% maior no acumulado de 2025. O estudo faz parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, ampliada neste ano para as 27 capitais brasileiras.
Arroz, banana e leite ficaram mais baratos
A redução do preço médio foi puxada, principalmente, pela queda em oito dos 13 itens pesquisados. As maiores baixas ocorreram no arroz agulhinha (-4,99%), banana (-4,11%), açúcar cristal (-2,86%), manteiga (-2,73%), leite integral (-2,59%) e café em pó (-2,03%).
O pão francês e o feijão carioca também registraram leve recuo, de 0,50% e 0,30%, respectivamente.
Batata e tomate pressionaram a cesta
Entre os produtos que subiram, o destaque foi a batata, com alta de 11,53%, seguida pelo tomate (4,06%), óleo de soja (2,63%), farinha de trigo (1,15%) e carne bovina de primeira (0,15%). Segundo o DIEESE, a elevação do preço da batata reflete a desaceleração da safra de inverno, que reduziu a oferta do tubérculo no Centro-Sul do país.
Café e carne seguem pesando no bolso
Na comparação com outubro de 2024, produtos essenciais ao consumo das famílias campo-grandenses seguem significativamente mais caros. O café em pó acumulou alta de 58,87%, enquanto o tomate subiu 32,34%, o óleo de soja avançou 26,08%, e a carne bovina de primeira, 16,21%.
Outros itens também registraram aumento expressivo no período de 12 meses, como a farinha de trigo (10,39%) e o pão francês (7,38%).
Cesta compromete mais da metade da renda
Apesar da redução no preço total, o trabalhador campo-grandense remunerado com o salário mínimo de R$ 1.518,00 ainda precisa destinar 55,36% da renda líquida — após o desconto previdenciário — para comprar os alimentos básicos. O tempo de trabalho necessário para adquirir a cesta foi de 112 horas e 39 minutos, 39 minutos a menos do que em setembro.
Por Djeneffer Cordoba