Sesau confirma que mais de 8,6 mil mulheres já realizaram exame de mamografia em 2025

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

SUS amplia acesso a partir dos 40 anos e solicitação pode ser feita mesmo sem sintomas

O SUS (Sistema Único de Saúde) ampliou o acesso à mamografia para mulheres de 40 a 49 anos, mesmo que não apresentem sintomas da doença. A mudança, anunciada pelo Ministério da Saúde, busca fortalecer o diagnóstico precoce do câncer de mama, que responde por quase um quarto dos casos registrados no país nessa faixa etária.

Com a nova diretriz, o exame poderá ser realizado sob demanda, a partir de decisão conjunta entre a paciente e o profissional de saúde, sem necessidade de histórico familiar ou indicação clínica prévia. O objetivo é facilitar o rastreamento e aumentar as chances de detecção precoce e cura, que podem chegar a 95% quando o tumor é identificado nas fases iniciais.

“Garantir a mamografia a partir dos 40 anos no SUS é uma decisão histórica. Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A ampliação do protocolo também estende o limite de idade para o rastreamento ativo, que passa de 69 para 74 anos, alinhando o Brasil a práticas internacionais de prevenção, como as adotadas na Austrália. Em 2024, o SUS realizou 4 milhões de mamografias de rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos, números que refletem o compromisso com a cobertura nacional e o cuidado integral à saúde da mulher.

Situação em Campo Grande

Em nota enviada ao Jornal O Estado, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que “foram realizados, até o momento, 8.605 exames de mamografia em 2025”. O órgão ressaltou que “a recente atualização no protocolo de rastreamento não altera a política adotada pelo município, que já realiza o rastreio do câncer de mama para pacientes dentro desse perfil”.
A reportagem também questionou a SES (Secretaria de Estado de Saúde) sobre a ampliação da oferta e os dados do exame realizados em Mato Grosso do Sul, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Ampliação e investimentos

Além do novo protocolo, o Ministério da Saúde anunciou a chegada de 27 carretas de atendimento móvel em 22 estados, dentro do programa Agora Tem Especialistas, que leva serviços de diagnóstico como: como mamografia, ultrassonografia e biópsia, a regiões com menor cobertura. A meta é realizar até 120 mil atendimentos durante o mês de outubro, com investimento de R$ 18 milhões.

Outra iniciativa é a compra de 60 novos kits de biópsia, equipados com tecnologia 3D para maior precisão no diagnóstico, e a incorporação de medicamentos de ponta para o tratamento de câncer de mama avançado. Entre eles, estão o trastuzumabe entansina e os inibidores de ciclinas, que podem aumentar a sobrevida e a resposta ao tratamento.

No Congresso

A Câmara dos Deputados também aprovou o projeto de lei que prevê a ampliação das unidades de mamografia no SUS, garantindo maior rapidez no atendimento e alcance regional. O texto, de autoria da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), ainda será analisado pelo Senado Federal e propõe a distribuição de equipamentos conforme a densidade populacional e as necessidades epidemiológicas de cada local.

“As chances de cura do câncer de mama são muito maiores quando o diagnóstico é feito precocemente. É indispensável ampliar o acesso à mamografia para garantir esse resultado”, destacou a parlamentar.
O câncer de mama continua sendo o mais comum entre as mulheres brasileiras e o que mais causa mortes no país. A expansão do acesso ao exame é vista como uma das estratégias mais eficazes para salvar vidas e reduzir desigualdades no diagnóstico.

Por Suelen Morales

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