Em seis municípios do Estado, a média de preço do transporte é de R$202,76
Em setembro o mercado de fretes agrícolas, em Mato Grosso do Sul, foi marcado pela tendência de baixa nos preços praticados em comparação a agosto. Com o encerramento da colheita do milho segunda safra, a partir da segunda quinzena do mês houve o gradativo arrefecimento da demanda por caminhões para o transporte de curta distância, provocando o recuo dos preços dos fretes para rotas de escoamento rumo aos portos.
Os dados foram disponibilizados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), na última semana. Além de Mato Grosso do Sul, o cenário de redução na atividade foi registrado também em Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais. “O próprio comportamento do mercado dos grãos, as variações de preços das mercadorias e o menor estoque disponível de soja da safra 2024/25 também contribuíram para um menor volume transportado pelas vendas ao mercado externo”, aponta o boletim logístico.
A média de preço de fretes agrícolas em seis municípios sul-mato-grossenses varia em torno de R$202,76. Conforme preços coletados pela Conab-MS, saindo de Chapadão do Sul, Dourados, Maracajú, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Ponta Porã, para transporte em destinos como Paranaguá (PR), Guarujá (SP), Rio Grande (RS), Maringá (PR) e Santos (SP).
No entanto, o transporte de cargas no mercado interno manteve-se bem ativo, e absorveu parte da oferta de veículos, porém, não sendo suficiente para evitar o recuo dos preços dos fretes. Segundo dados disponibilizados pela plataforma estatística de comércio exterior do Brasil foram movimentadas no estado aproximadamente 190.021 toneladas de soja durante setembro, contra 378.632 movimentadas em agosto/25.
Já em relação ao milho foram movimentadas aproximadamente 371.790 mil toneladas durante setembro contra 498.879 mil toneladas movimentadas em agosto/25. As rotas com destino à exportação mais utilizadas no período foram aquelas rumo ao Porto de Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (PR), Porto de Santos (SP) e Porto de Rio Grande (RS), respectivamente. A participação estadual nas exportações brasileiras de milho, no período em análise, atingiu 4,9%, enquanto a de soja 2,5%.
Cenário nacional
Em Goiás, essa tendência de baixa acompanha o comportamento sazonal histórico do estado, uma vez que este período é marcado por uma desaceleração na demanda pelo transporte de grãos. No Distrito Federal, além da menor movimentação de grãos em função do término da colheita e do escoamento da segunda safra de milho, outros fatores influenciaram a queda, como custos operacionais e preços dos combustíveis.
Em Mato Grosso, o mercado de fretes rodoviários tem apresentado uma certa lateralidade, sem tendência clara de alta ou de queda, com algumas rotas apresentando aumento moderado, ao passo que outras, demonstraram um declínio de preços. Já nos estados do Maranhão, do Paraná e de São Paulo os preços para os fretes agrícolas ficaram mais caros. No Maranhão foi registrado um aumento médio nas cotações em torno de 5%.
Já no Paraná, a demanda por fretes foi maior em relação a de agosto, aumentando os preços, com exceção da praça de Ponta Grossa. Em São Paulo, a alta nas cotações em setembro quando comparada com agosto pode ser explicada pela maior demanda pelo produto brasileiro, gerada pelos problemas comerciais entre Estados Unidos e China, que provocaram grandes mudanças nos fluxos do transporte internacional.
Por Suzi Jarde
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