Com normalização do transporte coletivo na Capital, prefeitura diz manter diálogo permanente com Consórcio Guaicurus

Foto: Jorge de Oliveira
Foto: Jorge de Oliveira

A Prefeitura de Campo Grande informou que o transporte coletivo da Capital foi normalizado pouco antes das 7h desta quarta-feira (22), após uma paralisação parcial registrada nas primeiras horas do dia.

Em nota, o município explicou que mantém diálogo permanente com o Consórcio Guaicurus, responsável pela operação dos ônibus, para apurar as causas da interrupção e adotar medidas que evitem novas ocorrências.

População esperando ônibus nas primeiras horas desta quarta-feira, no Cophavilla II – Foto: Amanda Ferreira

“O Município mantém diálogo permanente com o Consórcio Guaicurus para apurar as causas da interrupção e adotar as medidas necessárias para evitar que situações como essa voltem a ocorrer”, destacou a prefeitura.

Apesar da rápida normalização, a paralisação surpreendeu usuários que dependem do transporte público. Passageiros relataram ter encontrado terminais fechados e ônibus fora de circulação nas primeiras horas da manhã.

Pontos de ônibus no bairro Moreninha III, e em toda a cidade, ficaram lotados – Foto: Jorge de Oliveira

O motorista Carlos Ferreira, que utiliza o transporte diariamente, contou que chegou ao Terminal Júlio de Castilho, região oeste de Campo Grande, e se deparou com os portões fechados.
“Utilizo ônibus todos os dias e preciso pegar o primeiro da linha 085 para chegar ao bairro Itamaracá. Hoje encontrei tudo parado, sem aviso, e fiquei sem saber o que fazer”, relatou.

Carlos Ferreira – Foto: Juliana Aguiar

De acordo com o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande), a paralisação foi motivada pelo atraso no pagamento do vale, que deveria ter sido depositado no dia 20 de outubro.

O soldador Ivan relatou que chegou ao Terminal Júlio de Castilho às 4h30 para pegar a primeira volta do ônibus em direção ao trabalho, localizado na região leste da Capital. Ao ser surpreendido pela falta de ônibus circulando, tentou utilizar o serviço de transporte por aplicativo para chegar ao trabalho sem atraso, mas desistiu ao conferir os preços.

Ivan – Foto: Juliana Aguiar

“Os preços estão acima de R$ 45. Vou avisar o patrão que não tem transporte e voltar pra casa. Acho que teria que ter pelo menos um aviso, porque dependemos do transporte público. Cheguei aqui às 4h30 e não havia aviso, placas ou funcionários para dar informação.”

“Procuramos o consórcio e eles informaram que não têm data para fazer o pagamento. Então, realizamos esse protesto e liberamos os carros às 6 horas da manhã”, explicou o presidente do sindicato, Demétrio Ferreira de Freitas.

Motoristas reunidos na garagem de uma das empresas pertencentes ao Consórcio Guaicurus, no Bairro Ana Maria do Couto – Foto: Juliana Aguiar

O sindicato afirmou ainda que a mobilização atingiu toda a cidade, mas não chegou a se estender por muito tempo. Caso o impasse não seja resolvido, a categoria não descarta novas paralisações.

A reportagem entrou em contato com o Consórcio Guaicurus, que informou, por meio de nota, que o transporte coletivo foi normalizado às 6h, após cerca de uma hora de paralisação causada por atraso no pagamento de salários. A empresa atribuiu o problema a restrições financeiras e à defasagem tarifária, e disse buscar soluções junto ao poder público para evitar novas interrupções.

Confira o comunicado na íntegra.

“Em respeito à população campo-grandense, o Consórcio Guaicurus informa que a circulação normal das linhas foi restabelecida às 6h, após a paralisação do serviço por cerca de uma hora.
Conforme edital publicado pelo jornal O Estado em 22 de outubro de 2025, o Sindicato dos Motoristas convocou uma assembleia geral para o dia 27 de outubro de 2025, segunda-feira, em decorrência do atraso no pagamento do adiantamento salarial (vale mensal) da categoria.

O Consórcio lamenta profundamente o transtorno causado e esclarece que enfrenta severas restrições financeiras, com insuficiência de recursos para cumprir integralmente obrigações salariais, fiscais e contratuais. A dificuldade não se limita ao repasse de R$ 9,08 milhões em negociação com o poder concedente, mas reflete um desequilíbrio estrutural que vem se agravando diante da defasagem tarifária e do esgotamento das linhas de crédito.

O Consórcio Guaicurus reitera o seu compromisso com a prestação de um serviço essencial e de qualidade para Campo Grande. Nossas equipes estão empenhadas, dialogando com todos os setores envolvidos, e não medirão esforços para garantir que a situação seja integralmente resolvida no menor tempo possível. Pedimos a compreensão e a confiança da população neste momento, assegurando que o foco principal é e sempre será restabelecer a tranquilidade e a previsibilidade do transporte para todos os cidadãos.”

 

*Matéria atualizada às 9h40 para inclusão da nota do Consórcio Guaicurus

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