Capitã celebra último título inédito pelo clube e torcida lota o Guanandizão em noite de festa para o vôlei feminino
O Osasco São Cristóvão Saúde venceu o Sesi-Bauru por 3 sets a 0 (25/17, 25/19 e 28/26) e conquistou, na noite deste sábado (18), o título da Supercopa Feminina de Vôlei. A decisão, disputada no Ginásio Guanandizão, em Campo Grande, teve arquibancadas cheias, homenagem ao Outubro Rosa e clima de final do início ao fim. O título coroou uma noite especial para a capitã Camila Brait, que conquistou o último troféu que faltava em sua coleção pelo clube antes da aposentadoria, e marcou também a consagração da ponteira Tiffany Abreu, a primeira mulher trans a vencer a competição.
Osasco domina partida

Foto: Mellissa Ramos
O equilíbrio do início de partida logo deu lugar à superioridade do Osasco. Depois de um primeiro set disputado ponto a ponto até o 15 a 15, a equipe paulista abriu vantagem e fechou em 25 a 17. No segundo set, o Sesi reagiu, chegou a empatar em 14 a 14, mas viu o Osasco crescer novamente e ampliar o placar para 2 a 0, com parciais de 25 a 19. O terceiro set foi o mais intenso: trocas de liderança, sequência de empates e tensão até o fim. O Sesi salvou dois match points, mas o Osasco confirmou a vitória em 28 a 26, e garantiu o título e a festa das paulistas.
Com a vitória, Camila Brait, capitã do time garantiu o último título que faltava na prateleira.
Nos Osasco há 17 anos, a líbero fez história no clube com três títulos da Superliga, o último nesta temporada, três Copas do Brasil, quatro Sul-Americanos, um Mundial de Clubes e a prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. “Foi o único título que eu ainda não tinha com o Osasco. Estou muito feliz, porque agora conquistei todos. Como todo mundo sabe, vou me aposentar em abril, então é muito especial fechar esse ciclo assim”, comemorou.
A jogadora também destacou o entrosamento da equipe, que começa a temporada com elenco completo. “O time ainda tem muita margem de crescimento. A Bianca não tinha jogado ainda, então agora é pegar ritmo e seguir crescendo na Superliga”.
Para Tiffany Abreu, oposta e ponteira do Osasco, o título representa mais que um troféu. “É um sentimento de realização. A gente estava engasgada depois do Paulista, trabalhamos muito nas últimas semanas e conseguimos aplicar tudo dentro de quadra. Ganhamos como equipe, e isso é o mais importante. Esse é o time forte que estamos construindo dia após dia”, afirmou.
Primeira mulher trans a vencer a Superliga, em maio, e a Supercopa, Tiffany foi ovacionada pela torcida ao entrar em quadra, e comentou sobre o apoio vindo das arquibancadas. “Na hora que entrei, o ginásio todo vibrou. É isso que me motiva a seguir jogando. Recebo muita transfobia na internet, mas o carinho do público é muito maior. Eu construí algo nessa trajetória, não apenas como mulher trans no esporte, mas como uma pessoa resiliente, e ver crianças e adolescentes se inspirando em mim é o que mais me emociona”.
O técnico Luizomar de Moura destacou o peso simbólico da conquista e o papel do evento. “Fizemos um jogo importante, a primeira vez que jogamos com o time completo. A temporada passada foi maravilhosa, mas essa vitória mostra que estamos no caminho certo. Ver um ginásio lotado em Campo Grande, fora do eixo Rio–São Paulo–Minas, é muito especial. O público abraçou o vôlei”, disse o treinador, que já projeta a Superliga. “Agora é virar a página e focar no campeonato. Vai ser equilibrado, com equipes fortes. Que seja uma grande temporada para todo mundo”.
Foco na próxima temporada

Foto: Mellissa Ramos
Apesar da derrota, o Sesi-Bauru saiu de quadra com a cabeça erguida. A equipe equilibrou as ações no terceiro set e garantiu que ainda tem muito a mostrar na temporada. “Eu não tenho muito o que falar agora, vamos analisar o que foi a partida ainda. Vamos descansar, colocar a cabeça no lugar e ajustar o que precisamos”, admitiu a líbero Léia, ainda emocionada após o jogo.
A jogadora destacou o potencial do elenco e a importância de manter o foco na sequência da temporada. “A gente queria esse título, claro, mas o importante é que o time tá junto, com energia boa. Agora é seguir trabalhando, porque esse grupo tem tudo pra chegar longe. A Superliga já começa na semana que vem, e vamos buscar o título.”
Público lota ginásio na estreia
Além do brilho em quadra, a Supercopa marcou a presença maciça do público campo-grandense.Para o presidente da FVMS (Federação de Vôlei de Mato Grosso do Sul), Gabriel Braite, o sucesso confirma o potencial da cidade para receber grandes eventos. “Foi uma festa linda. Campo Grande abraçou o vôlei. Somos carentes de grandes competições e mostramos que aqui tem público, tem torcida, tem família. Amanhã o ginásio vai estar cheio de novo, e isso é motivo de orgulho para todos nós”, afirmou.
A Supercopa abriu oficialmente a temporada nacional do vôlei e reforçou o papel do esporte como espetáculo e inspiração. Em uma noite de homenagens, superação e conquistas, Osasco saiu de Campo Grande com o troféu e com a certeza de que, dentro e fora da quadra, o vôlei feminino segue em alta.
Masculino em quadra
Neste domingo (19), a disputa da Supercopa continua com o confronto masculino entre o campeão da Superliga 2024/25, Sada Cruzeiro, e o campeão da Copa do Brasil, Itambé Minas. A partida começa às 18h, no Ginásio Guanandizão. Mais cedo, um amistoso feminino entre o Sesi Campo Grande e o Sesi Três Lagoas abre a programação. Os ingressos seguem à venda no site Banca do Ingresso e na loja física Planeta do Esporte, a partir de R$ 50 na modalidade entrada solidária, mediante doação de 1 kg de alimento.
Por Mellissa Ramos
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