Com arrecadação em queda, Papy anuncia pacote de austeridade e corte de 5% nos gabinetes

Camara

Diante da queda na arrecadação municipal e da previsão de baixo crescimento no repasse do duodécimo, a Câmara Municipal de Campo Grande iniciou uma ampla operação de contenção de despesas. Em entrevista, o presidente da Casa, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), detalhou uma série de medidas de austeridade já em curso, e outras que serão implantadas ainda este ano, com foco na redução dos custos operacionais do Legislativo.

Entre as ações, está o corte de 5% no saldo dos gabinetes dos vereadores, que poderá ocorrer por meio de exonerações ou redução de salários de cargos comissionados, a critério de cada parlamentar. A medida, segundo Papy, não afeta o quadro administrativo da Casa.

“Parece que vai ter corte de salário, mas não é isso. O que está sendo feito é um ajuste no saldo dos gabinetes, que cada vereador pode administrar da forma que achar melhor. Nós já fizemos isso no mês passado, tanto na presidência quanto no meu gabinete pessoal”, afirmou.

Além da redução de gastos com pessoal comissionado, o presidente destacou uma série de outras ações já implementadas: a Câmara passou a funcionar em turno único, o que gerou economia significativa com energia elétrica, e o prédio atualmente alugado na esquina da sede será devolvido. Os setores que funcionavam lá, como cerimonial, protocolo, eventos e escódio legislativo, serão transferidos para um imóvel lateral mais barato, com expectativa de economia de até R$ 20 mil mensais.

“Esse prédio novo é mais próximo, inclusive evita que o servidor precise andar na chuva, como acontecia antes. Vamos economizar e melhorar a logística interna”, explicou.

Cortes deve se intensificar
De acordo com Papy, a expectativa é de que nos próximos três meses haja novos ajustes, já que a Câmara precisa se preparar para as obrigações financeiras do próximo ano, como o reajuste salarial dos servidores de carreira e os chamados “crescimentos vegetativos” da folha, que envolvem benefícios por tempo de serviço e qualificação profissional.

“Se a gente não fizer uma redução agora, o ano que vem compromete muito. O orçamento já foi reduzido e o nosso duodécimo vai crescer muito pouco em 2026”, alertou o presidente.
A meta da gestão é cortar cerca de 20% do orçamento da Câmara ao longo do mandato, que hoje gira em torno de R$ 120 milhões. Papy ressalta que a iniciativa busca garantir responsabilidade fiscal, especialmente diante da proximidade da auditoria do Tribunal de Contas, marcada para o próximo dia 22.

“Estamos falando de uma medida amarga, mas necessária. Sempre cobramos austeridade da Prefeitura, e agora é hora de darmos o exemplo também. Esse é um corte em nós mesmos”.

Decisões coletivas
Apesar da resistência inicial que toda medida de corte costuma gerar, o presidente afirma que contou com o apoio irrestrito dos demais parlamentares. A proposta foi apresentada e debatida no colégio de líderes, instância criada nesta gestão para decisões coletivas, e baseada em estudos técnicos da Controladoria e do setor financeiro da Casa.

“Nosso grupo de líderes é experiente, entende a importância da saúde fiscal e sabe que essas medidas são preventivas. Não dá para esperar o problema estourar para tomar providências”, concluiu.

Com a adoção dessas ações, a Câmara Municipal de Campo Grande busca equilibrar suas contas, evitar futuros déficits e manter os investimentos essenciais para o funcionamento do Legislativo.

Por Brunna Paula

 

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