O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesse domingo (12 de outubro) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a suspensão temporária da sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros enquanto os dois países negociam um novo acordo comercial.
Segundo Alckmin, o pedido foi feito durante uma conversa telefônica entre Lula e Trump, no último dia 6 de outubro, e busca reduzir o impacto da taxação extra, que tem afetado parte significativa das exportações brasileiras para o mercado norte-americano.
“10 + 40 (%) é muito e não justifica, porque o Brasil, dos 10 produtos que os Estados Unidos mais exporta pra nós, 8 não têm imposto, é zero. Então o pedido do presidente Lula para o presidente Trump foi que, enquanto negocia, suspenda os 40%. Esse foi o pleito. Enquanto negocia, suspende os 40%. Então a gente passa ao ganha-ganha”, declarou Alckmin a jornalistas em Aparecida (SP), onde participou das celebrações do Dia de Nossa Senhora Aparecida.
O presidente em exercício explicou que cerca de um terço das exportações brasileiras aos EUA está sendo impactado pela medida, o que ele considera injustificável. Alckmin se mostrou otimista com o andamento das negociações, conduzidas em conjunto pelos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Durante o telefonema, o presidente Trump designou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, para liderar os próximos passos do diálogo bilateral. Questionado sobre a atuação de Rubio, Alckmin disse não ver obstáculos à boa condução das tratativas.
“Não acredito, porque a orientação do presidente Trump foi muito clara: nós queremos fazer o diálogo e o entendimento. E o Brasil sempre defendeu isso — o diálogo e a negociação. Pode ter um avanço importante”, afirmou.
Além das conversas técnicas em andamento entre os dois governos, há expectativa de um novo encontro presencial entre Lula e Trump nas próximas semanas, embora a data ainda não tenha sido definida pela diplomacia dos dois países.
A sobretaxa de 40% foi imposta pelos Estados Unidos no início de outubro e, somada à tarifa básica de 10%, elevou para 50% o custo de importação de parte dos produtos brasileiros, afetando principalmente os setores metalúrgico, químico e de alimentos processados. O governo brasileiro espera reverter ou reduzir a medida com base no argumento de que a relação comercial entre as duas nações deve ser “equilibrada e mutuamente vantajosa”.
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