Em 3 horas, Polícia Militar elucida homicídios brutais em Campo Grande

“Onde o crime tenta avançar, a Polícia Militar chega primeiro”, garante o comandante do Batalhão de Choque

Mato Grosso do Sul registrou até o dia 14 de setembro um total de 315 homicídios dolosos (quando há intenção de matar) e 13 casos de lesão corporal seguida de morte, conforme dados apurados no Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional). Os números refletem a gravidade da violência no estado, mas também a resposta rápida das forças de segurança.

Ffoto: NILSON FIGUEIREDO

Nos dois casos mais recentes, ocorridos em Campo Grande entre domingo (6) e segunda-feira (7), todos os suspeitos foram presos em até três horas após os crimes. “Esses dois casos mostram, mais uma vez, a eficiência e o comprometimento da Polícia Militar. Em três horas, nós conseguimos identificar, prender os autores e apreender as armas e o veículo utilizados nos crimes. Isso é resultado de um trabalho integrado, com equipes preparadas, uso de tecnologia e, principalmente, a colaboração da população. Quando a informação chega rápido, a resposta também é rápida. A Polícia Militar tem atuado com dinamismo, presença e inteligência para garantir que nenhum crime fique sem resposta”, destaca o comandante do Batalhão de Choque, coronel Rocha.

Ambos os casos estão sob investigação da Polícia Civil, e os suspeitos permanecem à disposição da Justiça. E em relação à insegurança nos locais após os crimes, o comandante do Batalhão de Choque pontua que as equipes estão bem distribuídas pela cidade e garante segurança em todas as regiões.

“A região está bem assistida pela Polícia Militar. Temos equipes constantemente em patrulhamento, com reforço do Batalhão de Choque e de outras unidades operacionais. Nosso tempo de resposta tem sido cada vez menor, justamente por causa dessa presença constante e da confiança da comunidade em acionar a polícia. Casos como esses são pontuais, e a nossa atuação imediata mostra que não há espaço para a criminalidade se instalar. Onde o crime tenta avançar, a Polícia Militar chega primeiro”.

Primeiro caso- Idoso morto no Caiobá

O primeiro caso foi registrado na noite de segunda-feira (6), por volta das 22h30, na Rua Ignes Correa da Costa, no bairro Caiobá. A Polícia Militar, por meio do Batalhão de Choque, foi acionada após denúncia de que um homem teria assassinado e enterrado o corpo de um idoso nos fundos de sua residência.

De acordo com o boletim de ocorrência, o autor, de 23 anos, confessou espontaneamente o homicídio ao ser abordado pela equipe. Ele relatou que chamou a vítima, de 75 anos, que passava de bicicleta recolhendo materiais recicláveis, para dentro do imóvel, oferecendo latas de alumínio.

Dentro da casa, afirmou ter sentido “vontade de matar” e então iniciou as agressões. Primeiro, tentou enforcar a vítima com um golpe de “mata-leão”. Em seguida, desferiu três facadas no tórax e, depois que o idoso caiu, golpeou-o cerca de dez vezes com uma barra de ferro.

O corpo foi enterrado no quintal e coberto com panos. Familiares desconfiaram ao perceberem terra recém-remexida e manchas de sangue, e chamaram a polícia. O autor, que não possuía passagens policiais, foi preso em flagrante por homicídio e ocultação de cadáver. Familiares informaram ainda que o jovem era usuário de drogas e fazia uso de medicação controlada.

Segundo o comandante, o crime chocou pela frieza do autor. “Ele mesmo contou que, quando a vítima entrou, ‘deu vontade de matar’. Retirou a câmera de segurança do local para que o crime não fosse filmado e depois tentou ocultar o corpo. É uma ação insana, fria, que foge de qualquer razoabilidade”, relatou o coronel.

Segundo caso- Execução na Maria Aparecida Pedrossian

Na noite seguinte,terça-feira (7), outro homicídio chocou os campo-grandenses. O crime ocorreu por volta das 21h, na praça do bairro Maria Aparecida Pedrossian. A vítima, Luan Felipe Pereira Santana, de 25 anos, foi executado com três tiros, sendo dois na cabeça e um no tórax.

Em poucas horas, o Batalhão de Choque prendeu cinco envolvidos, com idades entre 20 e 24 anos, e apreendeu o revólver calibre 32 usado no crime, além do veículo Volkswagen Taos utilizado na fuga.

Segundo o coronel Rocha, o homicídio foi premeditado. Luan havia se envolvido em uma briga no dia anterior, quando agrediu fisicamente um dos autores, que acabou hospitalizado. Para se vingar, os suspeitos armaram uma emboscada, marcando um encontro com a vítima por meio de mensagens de WhatsApp.

“Foi um acerto de contas. Houve uma briga anterior, envolvendo a ex-namorada da vítima e outro rapaz. O grupo combinou de se encontrar em uma praça, identificou Luan pelas roupas, ele mesmo disse que estava de camisa do Flamengo e short, e ali foi executado no meio da rua”, explicou o coronel Rocha.

De acordo com o comandante, apenas o autor dos disparos possuía passagem por tráfico de drogas e porte de arma. Os demais eram jovens sem antecedentes. “A maioria tem menos de 23 anos. Muitos não têm noção do que cometeram e do impacto disso para o resto da vida. Mas todos responderão pelo crime de homicídio qualificado”, afirmou.

Durante a ação, os policiais localizaram os suspeitos em três endereços diferentes. Quatro deles estavam reunidos em uma casa no bairro Cabreúva, “em atitude tranquila, quase comemorando o crime”, segundo o comandante.

Homicídio em Rio Brilhante

Os suspeitos da morte de um homem de 39 anos, morador da Reserva Indígena de Dourados, foram presos em flagrante pela Polícia Militar. O caso foi esclarecido também no mesmo dia do crime, na segunda-feira (6). O corpo do homem foi encontrado carbonizado dentro de um veículo na madrugada, no prolongamento da Rua Juviano Medeiros, nas proximidades da BR-163, em Rio Brilhante.

As investigações da Polícia Civil de Rio Brilhante apontaram que a vítima havia conhecido os autores, dois irmãos (de 29 e 31 anos), no domingo (5), quando passaram a ingerir bebidas alcoólicas juntos. Em seguida, o homem foi morto, e o corpo, junto com o veículo, foi levado até Rio Brilhante, onde foi incendiado para eliminar vestígios do crime.

Durante a madrugada, os suspeitos foram presos em flagrante pela Polícia Militar enquanto tentavam furtar uma motocicleta no centro da cidade, numa tentativa de fuga. As roupas deles que tinham manchas de sangue foram encaminhadas para perícia.

Ambos foram autuados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver e permanecem presos à disposição da Justiça.

Por Inez Nazira

 

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *