“Tin Dô Lê Lê – Uma viagem brincanteliterária”
De 8 a 11 de outubro, o Teatro Aracy Balabanian (Centro Cultural José Octávio Guizzo), Campo Grande se transforma em um portal para o universo da imaginação. Edu Brincante e a Trupe Teatro de Brincar apresentam o espetáculo “Tin Dô Lê Lê – Uma viagem brincanteliterária para bebês e crianças pequenas”, com sessões gratuitas voltadas à primeira infância e suas famílias.
O principal objetivo do projeto é levar, pela primeira vez, bebês e crianças pequenas ao teatro. Por isso, 50% dos ingressos foram destinados às EMEI’s e CEI da capital e projetos sociais com atuação na primeira infância, totalizando 1.300 crianças.
Inspirado nas cantigas de roda, acalantos, brincos e histórias cantadas, o espetáculo propõe um passeio pelo imaginário popular brasileiro, despertando memórias e celebrações que atravessam gerações. Em cena, Edu Brincante e sua Trupe criam um espaço de acolhimento e encanto, onde o brincar é caminho e a arte é linguagem de encontro.
Para o Jornal O Estado, Eduardo Alcântara, o Edu Brincante, acredita que é o contato das crianças com a arte, desde a primeira infância, é um direito de todo ser humano.
“Eu acredito que bebês e crianças pequenas são guardiões da esperança e da imaginação. Quando falo dessa esperança, é sobre uma sociedade mais sensível e menos violenta, e vejo que a arte tem o poder de transformar e sensibilizar as pessoas. Mesmo que às vezes não compreendam de imediato, as crianças vão criando repertório, memórias e laços familiares através da arte. O espetáculo é brincante e interativo, e por isso proporciona momentos de socialização e conexão entre pais e filhos. No nosso dia a dia tão corrido, acho fundamental reservar um tempo para viver juntos experiências de arte e cultura, porque isso fortalece vínculos e cria lembranças afetivas”, explicou.
Encabeçando um movimento de levar a arte para os pequenos, o artista e educador acredita que esse público não devem mais serem tratados como ‘menores’ ou menos entendedores da arte.

Foto: Divulgação
“As crianças são muito potentes, observadoras e sinceras, e não aceitam algo feito de qualquer jeito. Por isso, quando o trabalho é feito com respeito, pesquisa e verdade, os resultados são sempre marcantes e emocionantes.Para mim, o brincar é a linguagem da infância. É através dele que as crianças aprendem sobre si, sobre o mundo e sobre o outro. No espetáculo, unimos essa linguagem com outras artes — literatura, música, teatro — criando uma experiência potente e cheia de significado. Assim, reafirmamos o direito da criança ao brincar e ao acesso à cultura, oferecendo momentos que muitas vezes não são vividos em casa, em um contexto de forte concorrência com telas e celulares”.
Selecionado pela PNAB (Política Nacional Aldir Blanc) com realização da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura e Ministério da Cultura, o projeto reafirma seu compromisso com a democratização da cultura e o fortalecimento das experiências sensíveis na infância, convidando o público a mergulhar em um encontro repleto de poesia, música e afeto.
Com dramaturgia e direção geral de Eduardo Alcântara, o elenco é formado pelo cantador de histórias Edu Brincante e os músicos: Vinicius Rocha, Gabi Kina e Érica Toledo. O espetáculo conta também com cenário e figurinos de Luiz Carvalho, bonecos por Driely Alves e Rafael Mariposa, assessoria de imprensa de Gabriela Kina, mídias digitais por Giovana Zottino, intérprete de libras Christiane Condi, operador de som Claudio Dedo, desenho de luz de Edu Leitte e produção executiva de Randryer Ortiz.
O espetáculo é indicado para bebês a partir de 1 ano, com 40 minutos de duração.
Roda de conversa
No dia 11 de outubro também serão realizadas após o espetáculo rodas de conversa com Edu Brincante e a Trupe Teatro de Brincar, às 16h e 18h, voltada a educadores, artistas, contadores de histórias, bibliotecários e todas as pessoas que acreditam na força das artes como ponte para nutrir a primeira infância com elementos da cultura popular, construindo uma sociedade mais sensível, criativa e diversa.
“Dentro do projeto, eu fiz questão de incluir a formação de professores, porque eles estão na linha de frente com as primeiras infâncias. No último fim de semana, reunimos 100 educadores da rede municipal e estadual em uma oficina voltada para o repertório de brinquedos cantados e contação de histórias para a primeira infância. Além disso, após os espetáculos do dia 11, vamos realizar uma roda de conversa aberta não só a profissionais, mas também às famílias e às próprias crianças, em um bate-papo leve e interativo sobre o processo criativo e as curiosidades do mundo da trupe”.
Alcântara ainda acredita que as escolas e os espaços culturais são fundamentais para manter o lúdico, já que em casa, muitas crianças não tem acesso a esse tipo de conteúdo.
“É essencial trazer os professores para esse diálogo e encantá-los também, porque um educador encantado consegue levar alegria e sensibilidade para dentro da sala de aula. Esses encontros têm justamente esse objetivo: refletir sobre o encantamento, compartilhar repertórios e construir juntos esse trabalho de formiguinha que contribui para uma sociedade mais sensível por meio da arte”, reforça.
Ao falar sobre a experiência que deseja deixar registrada na memória de quem assiste ao espetáculo, o artista é enfático: “O que eu busco quando entro em cena com minha mala de bonecos é convidar bebês, crianças pequenas e famílias a embarcarem nesse mundo encantado da primeira infância. Cada pessoa sai do espetáculo com um sentimento diferente, mas o que desejo é que todos saiam felizes e encantados com o que viveram”. Segundo ele, o cuidado com todos os detalhes – iluminação, cenário, figurinos, bonecos e música ao vivo, com sanfona, percussão e violão – é parte essencial dessa construção poética.

Foto: Divulgação
Mais do que entreter, o espetáculo pretende despertar uma reflexão sobre o ato de brincar. “Espero que o público acredite que o mundo pode ser mais feliz, cheio de poesia e brincadeira. Brincar não é algo apenas da infância: é um direito para toda a vida, porque precisamos manter viva a criança dentro de nós”, destaca. Para o artista, esse resgate de sensibilidade contribui para formar uma sociedade mais generosa e menos violenta, transformando o espetáculo em uma verdadeira celebração da infância — tanto para os pequenos, que vivem um momento feito sob medida para eles, quanto para os adultos, que são convidados a reencontrar sua própria criança interior.
Serviço: O espetáculo “Tin Dô Le Lê – Uma Viagem Brincante Literária para Bebês e Crianças Pequenas” será apresentado nos dias 8, 9, 10 e 11 de outubro, com sessões em diferentes horários: dia 8, às 14h e 15h; dias 9 e 10, às 9h, 14h e 15h; e no dia 11, às 15h e 17h30. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados pelo Sympla, no link clique aqui. Mais informações estão disponíveis no Instagram @edubrincante e @teatrodebrincar.
Todas as atividades são gratuitas e serão realizadas no Teatro Aracy Balabanian, no Centro Cultural José Octávio Guizzo: Rua 26 de Agosto, 453 – Centro, Campo Grande/MS.
Por Carolina Rampi
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