Audiência pública reuniu vereadores, comerciantes e especialistas para discutir propostas e cobrar medidas urgentes
A necessidade de devolver vitalidade ao Centro de Campo Grande mobilizou comerciantes, entidades e vereadores em audiência pública realizada nesta sexta-feira (3). O encontro resultou na criação de uma Comissão Especial da Câmara Municipal para acompanhar de perto projetos, fiscalizar ações do Executivo e propor medidas voltadas a comércio, cultura, moradia, segurança, limpeza e mobilidade na região central da cidade.
O debate foi conduzido pelo vereador Professor Riverton, que reforçou a urgência das ações. “Essa Casa tem que ter papel fundamental nessa discussão. Vamos ter uma comissão específica para que os vereadores acompanhem de perto todas as demandas, ideias, projetos relacionados ao Centro”, afirmou. A proposta foi endossada pelo presidente da Câmara, Epaminondas Neto, o Papy, que destacou a importância de integrar esforços com o Executivo. “Para tratar dos assuntos do Centro e também para fiscalizar as ações do Comitê Gestor do Centro que foi criado pelo Executivo Municipal. Então, de uma forma transversal, vários setores do Executivo Municipal mais a Câmara estarão trabalhando pelas necessidades do Centro”, disse.
Entre as principais preocupações levantadas estão o esvaziamento populacional, a insegurança e a perda de competitividade frente a outras regiões da cidade. O presidente do Secovi, Geraldo Barbosa de Paiva, chamou atenção para o êxodo de moradores e empresas. “A cidade precisa desse movimento. O Centro possui toda a infraestrutura pronta, mas precisa ser revitalizado em todos os horários”, afirmou.
A questão da segurança foi apontada como a mais urgente. “Precisamos de segurança, assistência social e saúde. Temos que unir esses três”, resumiu Paulo Matos, diretor da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande. O arquiteto e urbanista Ângelo Arruda acrescentou que o patrimônio histórico não pode ser esquecido. “Precisamos nos debruçar sobre o Centro Histórico de Campo Grande, jogar ali todo o peso possível”, disse, sugerindo inclusive isenção de IPTU por cinco anos na região.
Os vereadores também defenderam mudanças na legislação para atrair investimentos e moradores. Papy ressaltou que há regras que inviabilizam o comércio local e precisam ser revistas. “Estamos estudando revogações de leis, que estão em desconformidade com o potencial do centro de Campo Grande”, afirmou. Já Ronilço Guerreiro, autor de proposta que cria o Corredor Cultural e Gastronômico, reforçou que “o Centro pulsa esperança”.
A secretária de Planejamento e Parcerias Estratégicas, Catiana Sabadin, apresentou medidas em andamento, como a requalificação da antiga rodoviária, a instalação de câmeras de segurança, a reforma do Hotel Campo Grande e a inauguração da Vila dos Idosos. Ela admitiu, no entanto, que a solução passa por mais do que obras. “Sabemos que a reversão deste problema é algo mais amplo do que obra pública”, afirmou.
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