Lula minimiza preocupação com hospedagem para a COP30 e diz que Belém mostrará “o rosto da Amazônia” ao mundo

Foto: divulgação/Ricardo Stuckert/PR
Foto: divulgação/Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu, nesta sexta-feira (3), críticas sobre a falta de estrutura hoteleira e os preços elevados de hospedagem em Belém para a Conferência do Clima da ONU (COP30), marcada para os dias 6 e 7 de novembro. Em entrevista à TV Liberal, no Pará, Lula garantiu que não faltarão acomodações e afirmou que a população paraense tem colaborado para receber os visitantes.

“Tem quarto para todo mundo. O povo do Pará está sendo extraordinário, as pessoas estão saindo das suas casas e alugando para quem quiser vir. Não vai faltar quarto, não vai faltar cama, não vai faltar carinho, não vai faltar comida”, disse.

A conferência deve reunir cerca de 40 mil visitantes, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), incluindo 7 mil pessoas da chamada “família COP” — equipes da ONU e delegações oficiais. Diante da alta procura, a diária de hotéis em Belém chegou a ser até 15 vezes maior que os valores normais. O cenário fez com que a própria ONU recomendasse a redução no tamanho das delegações e aumentasse o apoio financeiro a países de baixa renda.

O governo federal, por sua vez, anunciou medidas emergenciais para contornar o problema, como a construção de novos hotéis e a contratação de dois navios com capacidade de até 5 mil quartos. “Não temo esvaziamento da COP30. Estamos cuidando disso com muito carinho. Não vai faltar acomodação”, reforçou Lula.

Convites a líderes mundiais

O presidente também destacou os esforços diplomáticos para garantir a representatividade do evento. Lula disse ter enviado convites aos presidentes Donald Trump (EUA), Xi Jinping (China) e Javier Milei (Argentina), além de outras lideranças globais.

“Enviei carta para o presidente Trump, Xi Jinping e Milei, porque aqui a gente não tem preconceito, venha quem quiser. A gente quer ser o exemplo mundial de defesa do clima”, afirmou, durante a inauguração do Parque Linear da Nova Doca, em Belém.

Até agora, 79 países confirmaram presença, incluindo Japão, Espanha, Noruega, Portugal, Arábia Saudita, Egito, República Democrática do Congo e Singapura. Outros 70 ainda negociam com o governo brasileiro.

Lula voltou a defender a escolha de Belém como sede do evento, mesmo diante das críticas sobre infraestrutura. “É preciso mostrar para o mundo o que é a Amazônia e o que é o Pará. Eu falei para Janja: não vou nem para hotel, vou dormir num barco. Enquanto os gringos tiverem dormindo, eu vou estar pescando”, brincou.

Taxa de juros em pauta

Além da COP30, Lula comentou sobre a economia brasileira e classificou a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 15% ao ano, como um “problema” que precisa ser corrigido.

“Nós temos um problema com a taxa de juros que está alta e nós vamos ter que cuidar para que ela baixe um pouco mais, porque inflação baixa e juro baixo significam crescimento, geração de emprego e melhoria da qualidade de vida do povo”, afirmou.

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em setembro, alegando que o patamar é necessário para garantir o cumprimento da meta de inflação, de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Expectativas para a COP30

A conferência de Belém tem como objetivo avançar em compromissos internacionais para frear a crise climática, especialmente na definição de novas metas de redução de emissões de carbono e na aceleração da transição energética global. O principal desafio é manter o aumento da temperatura média do planeta em até 1,5ºC até 2100, conforme estabelecido no Acordo de Paris.

“Quero que os americanos, os franceses, os alemães, os holandeses, até os ucranianos venham aqui experimentar a culinária, conhecer o povo do Pará e a Amazônia. É isso que eu quero”, disse Lula.

 

Com informações do SBT News

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