Identificado homem que liderava organização criminosa que aplicou “golpe dos nudes” em vítimas de Campo Grande

Foto: Divulgaçaõ
Foto: Divulgaçaõ

Fraude era aplicado por perfil fake em rede social, com foto de uma mulher jovem; Vítimas do golpe eram homens e polícia estima que R$ 5 milhões foram enviados aos criminosos

Nesta terça-feira (30), foi identificado como Eric Basso da Silva, o indivíduo apontado como líder de organização criminosa “Bala na Cara” ou “BNC”, no Rio Grande do Sul. O grupo aplicava o golpe dos nudes que fez vítimas, em sua maioria homens de meia idade ou mais que residem em Campo Grande.

O golpe começava quando um perfil falso de uma mulher jovem trocava imagens íntimas com esses homens depois cobrava pelas fotos. No entato, após ter o número das vítimas pelo whatsapp outra pessoa entrava em contato com a vítima,alegando que era responsável pela jovem.

O farsante dizia que a mulher era menor de idade e então exigia dinheiro para reparar o susposto dano causado. Também entrava em contato com a vítima um homem que alegava ser delegado de polícia, ele afirmava que a troca de imagens geraria penalidades e prisão. O farsante também exigia dinheiro para reparar o susposto crime.

A prisão preventiva de Eric foi solicitada pela Derf (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos) e deferida pela Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. O homem é considerado foragido e também teve contas bancárias e valores bloqueados por ordem judicial.

Outras 14 pessoas também foram indiciadas por extorsão e integrar organização criminosa. O indivíduo também é conhecido como “Chapolin” e apontado como suspeito de orquestrar a prática do golpe, porque recebeu valores exigidos e determinado contas bancárias para remessa dos valores.

O investigado possui antecedentes policiais pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e tráfico de entorpecentes, além de já ter ficado custodiado em presídios do Rio Grande do Sul junto com outros suspeitos. Seu último domicílio foi identificado em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

Ele também teria contratado e pagado um detetive particular para monitorar uma das vítimas e seus familiares. Fotos da rotina deles era enviadas à vítima para tentar mantê-la sob grave ameaça.

O trabalho investigativo da polícia começou pelo registro de ocorrências nos quais as vítimas alegavam que estavam sendo extorquidas sob as mesmas circunstâncias de outras. Parte das contas correntes indicadas pelos criminosos para receberem os valores exigidos eram em nome de pessoas em comum, todas moradoras do Estado do Rio Grande do Sul e ligadas a pessoas presas em presídios do estado.  Segundo a polícia, o prejuízo para as vítimas já totaliza mais de 5 milhões de Reais conforme apurado durante as investigações.

Os criminosos foram identificados pela quebra de sigilos bancários com relatórios do CAOF, da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul.  Os inquéritos policiais foram encaminhados ao Poder Judiciário para que o Ministério Público avalie o oferecimento da denúncia em face dos investigados.

A investigação e tentativas de captura do indivíduo foram realizadas pela Derf (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos) com apoio do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Informáticos – DERCC – e da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos – DPRCPE, ambos do Estado do Rio Grande do Sul.

Como funcionava o golpe dos nudes?

Os criminosos tinahm como homens com alto poder aquisitivo que eram identificados por meio das redes sociais. No entanto, pessoas de diversas classes sociais também foram vítimas.

Os criminosos cadastram um perfil fake em uma rede social, com imagens e outras características de uma mulher jovem, com aparência que varia aproximadamente entre 16 e 25 anos. O perfil da jovem fake então adiciona e inicia diálogos com a vítima, cujos alvos prediletos são homens, normalmente de meia-idade ou idosos, por vezes casados. O perfil fake conversa e inicia o flerte com a vítima alvo.

Com a prática reiterada e o aperfeiçoamento do crime, os perfis fakes já são mais elaborados, possuem um bom número de amigos virtuais, fazem postagens diversas e até adicionam amigos das vítimas, de modo que a essa é levada a crer que o perfil é real.

O envio de fotos sensuais e íntimas faz com que a vítima, que já acredita que aquele perfil é verdadeiro, passe a ser cobrada também para encaminhar seus próprios nudes, e assim o faz. Na segunda etapa do golpe, outro contato é feito com a vítima, normalmente por meio de whatsapp, contudo, agora, apresenta-se como um familiar da também suposta adolescente e passa a exigir valores financeiros como “reparação” de um dano emocional causado à jovem pelas trocas de “nudes”.

Passado um tempo, em novo contato, apresenta-se desta vez como Delegado de Polícia dizendo que a mulher jovem do perfil fake é uma menor de idade e que por isso a troca de imagens íntimas entre a vítima e o perfil da jovem constituiriam crimes de pedofilia, o que resultaria em prisão, ação penal e exposição.

Por falta de conhecimento ou por medo da exposição, a vítima passa a acreditar no suposto familiar e no falso Delegado e pensa que, de fato, cometeu uma grave ilicitude e que responderá criminalmente, por isso cede às condições exigidas pelos extorsionários, os quais exigem transferências intermináveis de quantias em dinheiro para contas bancárias indicadas pelos criminosos.

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