Adriane Lopes afirma que todas as obras de creches paradas foram retomadas e cobra renovação de 198 veículos do transporte coletivo após CPI
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), afirmou ontem (25) que a Prefeitura vem atuando em duas frentes estratégicas para atender demandas históricas da população: a ampliação de vagas em unidades de Educação Infantil e a cobrança pela renovação da frota do transporte coletivo urbano.
Segundo a chefe do Executivo municipal, a atual gestão retomou 12 das 13 obras de EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil) que estavam paralisadas, algumas delas há até 18 anos. A promessa é de entregar novas unidades ainda em janeiro de 2026, o que deve contribuir para reduzir o déficit de vagas.
“Acreditamos que esse déficit histórico, de mais de uma década, se deve justamente a essas obras paradas. Já entregamos uma nova EMEI no São Conrado e, para janeiro, temos outra pronta para ser inaugurada. A retomada dessas obras é um passo importante para diminuir a fila de espera”, disse a prefeita, em entrevista durante agenda no Paço Municipal.
A declaração foi feita após a juíza Katy Braun do Prado, da Vara da Infância, informar que recebeu mais de 2 mil pedidos judiciais relacionados à falta de vagas em creches da Capital — situação que tem pressionado a administração municipal e o sistema Judiciário.
Adriane ressaltou que o município deve seguir chamando profissionais aprovados no concurso vigente, conforme a demanda for crescendo. “Não temos previsão de novo processo seletivo neste momento. Vamos aproveitar o concurso em aberto para suprir as necessidades, além de contribuir com a previdência municipal”, explicou.
Transporte: troca de 198 ônibus vencidos é cobrada
Durante a mesma agenda, a prefeita também comentou o relatório final da CPI do Transporte Coletivo, elaborado pela Câmara Municipal de Campo Grande. O documento aponta irregularidades na operação do Consórcio Guaicurus e recomenda a intervenção na concessão, além do indiciamento de ex-dirigentes da Agereg, Agetran e do próprio consórcio.
Segundo a CPI, pelo menos 197 ônibus em circulação estão com a idade vencida, contrariando as exigências contratuais de renovação da frota. O relatório também denuncia falta de seguro obrigatório, problemas na manutenção preventiva, deficiências de acessibilidade e superlotação.
“O consórcio tem prazo para fazer essa substituição. Desde janeiro deste ano, nossa equipe vem notificando a empresa. Agora, com o relatório, vamos avaliar os apontamentos técnicos e definir os encaminhamentos. Mas reforço: a troca dos ônibus vencidos é prioridade absoluta”, garantiu Adriane.
O relatório da CPI já foi encaminhado ao Ministério Público Estadual, ao Ministério Público de Contas e ao Tribunal de Contas. Caberá à Prefeitura decidir se aplicará multas, sanções administrativas ou se avançará com a intervenção contratual no sistema.
Programa Mulheres Mil certifica 75 participantes da Capital
A Prefeitura de Campo Grande realizou, nesta terça-feira (23), a entrega de certificados para 75 mulheres que concluíram o curso de Assistente Administrativo pelo programa Mulheres Mil. A cerimônia contemplou alunas da região do Prosa, que participaram da capacitação no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Estrela Dalva.
O programa do Ministério da Educação, executado pela Funsat (Fundação Social do Trabalho), já qualificou cerca de 800 mulheres na Capital. A iniciativa é voltada para mulheres em situação de vulnerabilidade social e busca promover formação profissional e tecnológica, articulada com o aumento da escolaridade e a inserção no mercado de trabalho.
Segundo a prefeita Adriane Lopes, a meta é expandir o programa para todas as sete regiões da cidade e certificar mil mulheres até o final do ano.“Sabemos que as mulheres têm muitos obstáculos. O percurso é muito mais difícil, mas mulheres de todas as regiões terão oportunidades”, destacou a prefeita.
O diretor-presidente da Funsat, João Henrique Bezerra, reforçou que a metodologia do curso é preparar as alunas tanto para o emprego formal quanto para o empreendedorismo. “Já é a 11ª turma formada em Campo Grande. O curso tem 160 horas, oferece auxílio de R$10 por dia e conta com suporte nos CRAS para acolhimento dos filhos, já que muitas alunas são mães solteiras”, afirmou.
Além da formação técnica, o programa busca resgatar a autoestima e o protagonismo das mulheres. A cozinheira Débora de Siqueira, 43 anos, contou que o curso foi um divisor de águas em sua trajetória. “Muitas de nós temos histórias difíceis, mas o curso mostrou que podemos sonhar de novo”, disse.
A estudante Lucimara Gomes de Almeida, 33 anos, também destacou a chance de continuar os estudos ao mesmo tempo em que cuida do bebê. “Hoje estou desempregada, e sei que essa qualificação vai me ajudar a conseguir uma vaga no mercado”, contou.
Já para Rayane Sampaio Gomes, 30 anos, mãe de dois filhos, a experiência foi fundamental para resgatar planos que haviam ficado para trás. “Eu estava quase entrando em depressão, sem perspectivas. O curso abriu minha mente”, relatou, emocionada.
Por Suelen Morales e Inez Nazira
Acesse as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram