Polícia identifica vítimas de queda de avião no Pantanal; FAB e Anac apuram causas

Kongjian Yu, Luiz Ferraz, Rubens Crispim Jr e Marcelo de Barros - Fotos: reprodução - Foto: divulgação
Kongjian Yu, Luiz Ferraz, Rubens Crispim Jr e Marcelo de Barros - Fotos: reprodução - Foto: divulgação

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul confirmou, na manhã desta quarta-feira (24), a identidade das quatro vítimas do acidente aéreo ocorrido na noite de terça-feira (23) na zona rural de Aquidauana, município 141 quilômetros de Campo Grande, no Pantanal sul-mato-grossense.

Foto: divulgação

Morreram no acidente o piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira de Barros, o arquiteto chinês Kongjian Yu, reconhecido mundialmente por projetos de urbanismo sustentável, o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, sócio da Olé Produções e indicado ao Emmy Internacional, e o documentarista Rubens Crispim Jr., fundador da produtora Poseídos. Todos os corpos foram encontrados carbonizados.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o avião de pequeno porte, um Cessna Aircraft 175 de prefixo PT-BAN, caiu por volta das 18h30 na região da Fazenda Barra Mansa, uma área turística que já serviu de cenário para o remake da novela Pantanal em 2022. A aeronave explodiu logo após atingir o solo, no momento em que tentava pousar em uma pista particular.

A equipe, que sobrevoava a região para gravar um documentário sobre o Pantanal e o conceito de “cidades-esponja” criado por Yu, no momento do acidente. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 20h10, mas o difícil acesso ao local fez com que a operação de busca e resgate se estendesse por cerca de nove horas.

Investigações em andamento

A FAB (Força Aérea Brasileira) informou, em nota, que investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) iniciaram a chamada “Ação Inicial”, etapa que inclui coleta de dados, preservação de evidências e verificação dos danos. “A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo da complexidade da ocorrência”, diz o comunicado. O relatório final será publicado no site do Cenipa.

Já a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares e amigos das vítimas e que a aeronave não tinha autorização para realizar táxi-aéreo, ou seja, transporte remunerado de passageiros. A causa da queda ainda é desconhecida.

Equipes do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) da Polícia Civil estiveram no local para apoiar a retirada dos corpos e preservar a cena do acidente.

Vítimas

Kongjian Yu, Luiz Ferraz, Rubens Crispim Jr e Marcelo de Barros – Fotos: reprodução

Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, cineasta paulistano especializado em documentários, dirigiu a série Dossiê Chapecó, indicada ao Emmy Internacional, além de produções para HBO, MBC e Arte1. Fundador da Olé Produções, também criou obras sobre o arquiteto Álvaro Siza e artistas contemporâneos brasileiros.

Rubens Crispim Jr., documentarista e diretor de fotografia formado pela ECA-USP, trabalhou em canais como Discovery Channel, National Geographic e TV Globo. Fundador da produtora Poseídos, dirigiu filmes exibidos em festivais e coordenou o audiovisual da organização Amigos da Arte, além de documentar exposições da Pinacoteca de São Paulo.

Kongjian Yu, arquiteto chinês de renome mundial, professor da Universidade de Pequim e doutor por Harvard, criou o conceito de “cidades-esponja”, projetos urbanos que usam áreas verdes para absorver e reutilizar a água da chuva, aplicados em mais de 70 cidades e premiados internacionalmente.

A Olé Produções, empresa de Luiz Fernando, lamentou a morte em publicação nas redes sociais e destacou que a equipe estava em plena produção de um documentário sobre o Pantanal quando ocorreu a tragédia.

 

Segundo acidente aéreo na região em menos de um mês

O pecuarista e médico ortopedista Ramiro Pereira de Matos, de 67 anos, morreu em 16 de setembro após a queda do avião que pilotava no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Formado em medicina, mas dedicado à agropecuária, Ramiro tinha fazendas em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Piloto experiente, com documentação válida até 2026, ele decolou do Aeroporto Estadual de Araçatuba (SP) rumo a uma de suas propriedades quando a aeronave Cessna P210 desapareceu dos radares a cerca de 166 km de Cuiabá. Casado e avô de duas netas, Ramiro nasceu em Presidente Prudente (SP) e viveu em Araçatuba.

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