No próximo domingo (14), será dia de acordar cedo e ter atendimento gratuito na Rua Vaz de Caminha, 506, na entrada do Jardim Noroeste, bairro localizado na zona leste de Campo Grande, a Capital de Mato Grosso do Sul.
O Projeto Tocar, entidade beneficente que ensina música para crianças e adultos, vai comemorar seus 10 anos de criação com Ação Social denominada Doar é Amar. Os atendimentos serão feitos no período das 8 às 12 horas.
Os serviços oferecidos são corte de cabelo, fisioterapia, orientação jurídica, psicológica e contábil, inclusão digital para quem tem dificuldade com celular e computador, dicas para jovens empreendedores, agendamentos online para diversos órgãos públicos, como Detran, INSS, atendimento de saúde com equipe de enfermagem, fisioterapia e zumba para a Terceira Idade.
E para fechar tudo com chave de ouro, apresentação da Bateria Show A Fúria do Tigre. Ela é formada por músicos profissionais e faz apresentações especiais em eventos empresariais e shows por todo Mato Grosso do Sul.
“A Ação Social Doar é Amar foi a forma encontrada pela diretoria para iniciar as comemorações do aniversário de 10 anos do Projeto Tocar CG MS”, explica a Coordenadora Nany Amorim. A mantenedora do Projeto Tocar, é a Associação Grêmio Recreativo Cultural Bateria Independente A Fúria do Tigre Projeto Tocar, que tem em sua Diretoria Júlio Cesar Garrido-presidente; Edimar Arantes da Silva-vice; Gustavo Miguel –tesoureiro; Odinei de Souza –secretário; e os conselheiros Rosane Nely e Oficial Souza.
Ela conta que o Projeto promove a inclusão social através do ensino da música com instrumentos de percussão. Até aqui, nestes 10 anos, o Projeto sobrevive com ajuda de parceiros colaboradores.
Na Ação Social de domingo, por exemplo, os atendimentos serão feitos por profissionais voluntários como o cabeleireiro Edmar Arantes, do Salão My House; a fisioterapeuta Adriana dos Santos, da Holístics Center; a advogada Laura Arruda; a enfermeira Glaucia Vilani, presidente do Lions Clube Campo Grande-Distrito LB-01; a Gestora Cultural Isabelle Silva; professor de informática Fabrício Werrneck; servidor público Odival Junior; contabilista Aldeir Vieira de Andrade; Maria da Paz, com brinquedos da área Kids e o psicólogo Jairo Luis Schenatto. Após os atendimentos, haverá apresentação especial da Bateria Show A Fúria do Tigre, sob a regência do Mestre Kleber Benê.
Resultados. Ao longo dos 10 anos de atividade, o Projeto Tocar coleciona histórias de transformação de vidas consideradas combustível moral suficiente para a continuação do trabalho social abnegado.
O motorista Edilson da Silva (37), é corumbaense e toca percussão há 30 anos. É músico profissional no mercado de trabalho. Entrou para o Projeto Tocar há dois anos e está realizado musicalmente por ensinar percussão. “Na minha época, era difícil”, justifica.
Para ele, “a percussão é o coração da música, sem ela, é bem difícil e ensino desde novo, como instrutor de fanfarra, sempre digo a eles: com mão no peito e seguindo o coração, espero que as pessoas da sociedade possam enxergar nosso projeto para ele ser ampliado para todos os bairros”.
Higor Lima de Oliveira, o Kanela, tem esse apelido porque quebrava canela do pessoal no futebol, ensina a criançada e adultos a tocar o “Surdão”. Ele trabalha como autônomo, nasceu em Campo Grande há 32 e esta no projeto Tocar desde a sua criação.
Aprendeu a tocar no projeto, primeiramente, o ganzá. “Sou muito feliz no projeto, principalmente na festa do Dia das Crianças, já viajei dentro do ônibus para tocar para mil crianças e senti muita emoção com a energia da criançada”.
Ele sente prazer em tocar por solidariedade e pretende que a música possa alcançar cada vez mais pessoas, a partir da infância. Ele conhece a Bateria Show A Fúria do Tigre, que faz parte do Projeto Tocar, desde a fundação, com Anderson, Edgar e destaca que “a idade não importa, não há limitações, o importante é deixar a tristeza para quando morrer”.
Damião Zacarias Souza da Silva (49), músico há mais de 20 anos, é deficiente visual e também está no Projeto Tocar. Seu pai foi músico e a mãe porta-bandeira de Escola de Samba, em Corumbá. Ele toca caixa alta e, também, está no Projeto Tocar desde o começo.
Perdeu a visão devido a erro médico, em Cuiabá, quando tinha 28 anos, e tem experiência como músico de “lambadão” e pagode. Desenvolveu muitas técnicas no Projeto Tocar e no Instituto Sul-Mato-Grossense paa Cegos (Ismac) já tocou vários instrumentos. “Ofereço habilidades e conhecimentos para inclusão social e mostro que deficiência não atrapalha”, resume.
Damião reforça sua renda trabalhando como músico profissional e espera que “o projeto expanda de 10 para mais outros e outros 10 anos, para ajudar crianças que precisam chegar a um lugar melhor”.