A probabilidade de chuva continua quase nula em Campo Grande, segundo meteorologista Natálio Abrahão
Com baixa umidade do ar, calor e ausência de chuvas, Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário de alerta para incêndios e prejuízos à saúde. Ainda, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Campo Grande está sendo uma das capitais mais secas do país, com apenas 26% de umidade relativa do ar, índice considerado crítico pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A persistência de um sistema de alta pressão atmosférica impede a formação de nuvens e a ocorrência de chuvas, mantendo o tempo estável em todas as regiões de Mato Grosso do Sul. A meteorologista Valesca Fernandes, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), alerta que não há previsão de chuva para a Capital nos próximos dias.
“Há possibilidade de chuva na quarta-feira (23), somente para o extremo sul do Estado, na região de Sete Quedas e Iguatemi. Para Campo Grande, não há previsão de precipitação. O tempo segue firme e seco para o restante do Estado”, explicou.
As condições que o Estado vem enfrentando, combinada com o calor e os baixos índices de umidade, contribui diretamente para o aumento de focos de incêndio e exige cuidados redobrados. De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, o estado vive um período de estiagem severa.
“O último registro de chuva em Campo Grande foi no dia 23 de junho, com apenas 6,9 mm. O teor de água no solo é de apenas 5%, e a vegetação está em estado de dormência, o que potencializa os focos de incêndio, já que ela começou a fase de recuperação”, disse.
O meteorologista também prevê a chegada de chuva no Estado, principalmente na região sul, sudeste e sudoeste. “Na sexta-feira (26) muda tudo, muitas nuvens, nevoeiro e, no domingo, frio. Chuva e ventos vão incomodar do dia 27 até o dia 31. O tempo será fechado. Não guarde os lençóis nem os casacos”. O especialista também enfatiza que “em Campo Grande, haverá aumento de nebulosidade, mas a chance de chuva continua quase nula”.
Segundo o Inmet, a umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 20% nos próximos dias, colocando o Estado em alerta. Embora o alerta seja de perigo potencial, o risco de incêndios já começa a se confirmar na prática. De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Mato Grosso do Sul teve aumento de 24% no número de focos de calor de junho para julho. Foram 135 ocorrências no mês passado e, até o dia 21 deste mês, já são 168 registros, número que ainda pode aumentar.
Ainda de acordo com o órgão de monitoramento, os focos de incêndio no Pantanal saltaram 314%. Segundo dados do Inpe, o bioma registrou 7 focos de incêndio entre os dias 1º e 22 de junho e, no mesmo período de julho, foram 29 focos de calor.
Outro incêndio mobilizou o Corpo de Bombeiros nesta terça-feira (22), quando um terreno baldio pegou fogo na Vila Albuquerque. A queima foi controlada antes que atingisse as casas do entorno.
Um dos incidentes mais recentes ocorreu na segunda-feira (21), quando um incêndio em um terreno baldio no Jardim América, em Campo Grande, atingiu uma oficina mecânica. O proprietário relatou prejuízo de R$5 mil com o fogo. “As fagulhas do fogo caíram nas caixas de papelão e danificaram algumas peças”, contextualiza o empresário.
Diante do cenário, a Defesa Civil orienta que a população evite o uso do fogo, inclusive em áreas rurais. “Qualquer foco de incêndio deve ser imediatamente comunicado ao Corpo de Bombeiros pelo telefone 193”, reforça a instituição.
O Inmet também recomenda beber bastante líquido; evitar desgaste físico nas horas mais quentes do dia; evitar exposição ao sol em períodos de maior calor e umidificar os ambientes, sempre que possível.
Por Inez Nazira
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