Alinhamento divergente das políticas do viés de esquerda impedem que o diretório do MDB de Mato Grosso do Sul tenham um candidato ao Senado alinhado ao Governo do presidente Lula, como no caso da ministra do Planejamento e do Orçamento, Simone Tebet (MDB). O posicionamento foi apontado pelo deputado estadual, Renato Câmara em entrevista ao Jornal O Estado.
O pensamento não está na mesma esteira do partido a nível nacional que tem ministros no Governo Federal. “O único ponto que é praticamente unanimidade, é esse, nós temos dificuldades de embarcar num projeto onde exista uma candidatura da esquerda como presidente da República. Então todo membro do partido que tem uma tendência a dar esse apoio à candidatura da esquerda, o Diretório Estadual não tem entendimento”.
A concordância é difundida na regional comandada por Waldemir Moka, secretário-executivo do Escritório de Representações do Governo de Mato Grosso do Sul no Distrito Federal. “Nós não encaminharemos um apoio a uma candidatura de esquerda”, pontuou Renato Câmara.
A ministra Simone Tebet foi citada nos planos do PT em Mato Grosso do Sul, quando o deputado federal, Vander Loubet, eleito presidente regional da sigla falou sobre o convite. “Nós temos que procurar a Simone, pois ela foi fundamental no segundo turno para o presidente Lula, naquela eleição. Ela nunca sinalizou em fazer política conosco aqui, concretamente, mas tem falado que está no projeto de reeleição do Lula e que está na reeleição do Riedel. Lá na frente, se a construção de todo esse projeto for junto com ela e ela entender que ela tem que ser candidata, eu tenho a disposição de estar conversando”.
Em Mato Grosso do Sul, as conversas do MDB com o presidente do Republicanos MS também ocorreram na busca de formalização. “A gente sempre comenta com o deputado Antônio Vaz, ele é uma pessoa que tem um trabalho principalmente na área evangélica muito forte e que viria a somar junto conosco um projeto maior”. A possibilidade de uma federação ainda com o PSDB, deixa a expectativa de agremiação ainda maior.
A articulação a nível nacional que tem simpatia do diretório regional é a federação com o Republicanos que pode colocar o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas como pré-candidato a presidência em 2026. Os presidentes nacionais do MDB, Baleia Rossi, e do Republicanos, Marcos Pereira, já estiveram em conversas sobre o assunto.
Renata Câmara vê a união de forma positiva. “Os partidos precisam se unir em projetos onde sejam comuns para que a gente possa ter uma representatividade importante no Congresso, então a união do MDB com o Republicano é muito salutar para o partido dentro de um projeto nacional, onde hoje existe o nome do governador Tarcísio como um provável pré-candidato à presidência da República, o que nós vemos com bons olhos”.
Juntos o MDB e o Republicanos somariam um contingente de 88 deputados e 15 senadores no Congresso Nacional – número que garantirá ao grupo a terceira maior bancada da Câmara, atrás apenas da federação entre União Brasil e PP e da bancada do PL.
Por Carol Chaves