“Do Sul, a Vingança”: Filme 100% MS estreia hoje

Renata Macedo ( Gisele ),  Leandro Faria (Victor Bautista)  e Priscila Godoy (Bruna) - Foto:  Produção Render Brasil/Divulgação
Renata Macedo ( Gisele ), Leandro Faria (Victor Bautista) e Priscila Godoy (Bruna) - Foto: Produção Render Brasil/Divulgação

Primeiro filme de ficção inteiramente produzido em Mato Grosso do Sul estreia hoje nos cinemas

 

Estreia hoje em salas de cinema de São Paulo, Guarulhos, Andradina, Rio de Janeiro, Campo Grande, Ponta Porã, Aquidauana e Curitiba o filme “Do Sul, a Vingança”. Dirigido por Fábio Flecha, que também assina o roteiro ao lado de Edson Pipoca, e produzido por Tania Sozza, o longa é o puro suco do Mato Grosso do Sul, e mistura ação, comédia e elementos do faroeste em uma narrativa ambientada na fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia.

No elenco estão Espedito Di Montebranco (Jacaré), Bruno Moser (Febem), Felipe Lourenço (Lauriano), Leandro Faria (Victor Bautista), Luciana Kreutzer (Dra. Lucia), Victor Samudio (Edson), David Cardoso (Coronel Massada), Priscila Godoy (Bruna) e Paulo Simões.

Sinopse

Em busca de material para seu novo livro, o escritor Lauriano parte para a conturbada fronteira entre Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia, onde o crime organizado dita suas próprias leis, em busca de um “Jacaré”. O que começa como uma simples investigação se transforma em uma jornada inesperada, repleta de ação, conflitos e personagens excêntricos. Em meio ao caos de uma vastidão silenciosa e cheia de contrastes, Lauriano mergulha em uma trama tão perigosa quanto cômica — onde sobreviver é o seu maior desafio.

A direção

O diretor e roteirista Fábio Flecha falou com exclusividade ao jornal O Estado e adiantou um pouco o que o público pode esperar do longa. “Em um cenário de conflitos históricos na fronteira trinacional, onde a cultura brasileira se mescla com a paraguaia e a boliviana, ‘Do Sul: A Vingança’ mistura ação e comédia em uma aventura no Velho Oeste brasileiro, com suas próprias lendas e costumes”.

Uma estrada longa

Flecha falou sobre o longo caminho que a produção percorreu até que o filme chegasse então, às telas dos cinemas. “O processo de criação do filme começou com o curta homônimo em 2013. Na época tivemos uma boa repercussão e a partir daí, decidimos investir no roteiro de um longa. Foi somente em 2018 conseguimos apoio do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais) para começar a gravação do longa. Porém a pandemia da Covid-19 deixou tudo parado no audiovisual. Posteriormente iríamos finalizar com o apoio de um edital federal através do CineBrasil TV, mas com a mudança de governo na época, o edital foi cancelado. Nós só conseguimos finalizar com a Lei Paulo Gustavo em 2024. Depois pedimos apoio a vários patrocinadores como SESI, SESC E SEBRAE pra ajudar a lançar o filme”

Felipe Lourenço é o escrior (Lauriano), que busca material para seu novo livro, ao lado de Bruno Moser (Febem) – Foto: Produção Render Brasil/Divulgação

O “Jacaré”

O ator Espdito Di Montebranco é um veterano no cinema MS. Ele relata com muito orgulho sua alegria em fazer parte desse projeto, onde ele interpreta o Jacaré. “Assisti ao filme na pré-estreia dia 12 com o elenco e convidados patrocinadores. O Fábio Flecha que é o diretor e roteirista e a Tania Sozza que é produtora-executiva sempre me chamam para assistir os trabalhos dos quais participei antes dos lançamentos, mas desta vez eu preferi ver na telona, me sentir espectador e isto aconteceu. Um filme que têm 88 atores e mais de 40 pessoas na equipe técnica e todos de Mato Grosso do Sul, não é qualquer um que se arrisca a fazer com os menos de 400 mil que teve. Tenho o privilégio de ter atuado em todas as produções da Render, em meu currículo de 32 filmes, séries e o remake Pantanal, 12 produções fiz com a Render mostrando que a parceria deu certo a ponto de ser um protagonista em ‘Do Sul, a Vingança’.”

“Fico feliz em vários sentidos com o filme: Por ambientar a geografia e as histórias de MS onde quem for assistir vai se sentir com orgulho de pertencimento, vai se identificar em algum momento com algo retratado no filme DO SUL, A vingança. Um filme de ficção com bang-bang e muito humor. Por levar o nome do Estado ao mundo e em um sentido positivo pois na maioria das vezes que somos mencionados são de forma negativa: É o feminicídio, pantanal queimando, apreensão de drogas, jacaré que morde cidadão, onça que mata ser humano. Sabemos que nosso Estado é lindo, em uma região têm águas cristalinas que é Bonito, na outra região o Pantanal, as furnas, cachoeiras, serras, enfim temos vários cenários em um Estado só e isso precisa ser melhor aproveitado e divulgado.”, completa o artista.

Nascido em Bodocó-PE, Espedito Di Montebranco tem 57 anos e mora em Campo Grande desde os quatro anos de idade. Ele se diz um apaixonado pelo MS e chama a atenção pela confusão que fazem entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que aliás é um mote do longa.

“Rodando por Festivais ou mesmo atuando fora daqui sempre somos confundidos com o Mato Grosso. Adoro o Mato Grosso mas é esquisito essa confusão de MS/MT e o filme aborda com muito bom humor esta questão também. Enquanto ator sempre lutei para levar o nome do nosso Estado ao topo, ser um grande ator nacionalmente reconhecido mas sem precisar me mudar daqui embora tenha por muitos momentos pensado nesta hipótese e hoje entendo o que Tolstoi dizia: ‘Se quer ser universal, pinte a sua aldeia, cante a tua aldeia’ e estamos fazendo isto, levando esta produção ao patamar das grandes produções do cinema nacional e do mundo, a prova é que mesmo antes da estreia o filme já venceu o Festival Internacional de cinema Independente de Los Angeles e fomos finalistas em Cannes mostrando o quão o filme é bom naquilo que se propõe. Espero que ele seja um folego aos diretores, produtores, atores, enfim, para quem realmente ama e vive do audiovisual, que outros se animem a produzir cada vez mais e que possamos mostrar ao mundo.”, conclui o ator com a humildade dos grandes.

spedito Di Montebranco (Jacaré), é o ator pernambucano mais sul-mato-grossense do elenco – Foto: Produção Render Brasil/Divulgação

Trilha de peso

Quando o assunto é a trilha sonora, também é um show à parte. Grandes nomes da música Sul-mato-grossense estão presentes no longa. De Bando do Velho Jack à Guga Borba, passando por Murilo Martinez e Antônio Porto e Paulo Simões, que aliás também atua no filme.

Ineditismo

A produção marca um feito inédito para o audiovisual brasileiro: é o primeiro filme de ficção produzido 100% no Mato Grosso do Sul a entrar em circuito comercial nos cinemas do Brasil, reforçando o crescimento do cinema regional e independente.

Reconhecimento

Com orçamento de apenas R$ 397 mil, o longa surpreende pela qualidade técnica e narrativa, e já acumula reconhecimento internacional. “Do Sul, a Vingança” venceu o LAFA (Los Angeles Film Awards 2025) como Melhor Longa-Metragem Independente e foi finalista do World Film Festival, em Cannes, um dos mais prestigiados eventos do cinema independente.

Davi Cardoso no filme

O ator, diretor e produtor Davi Cardoso, nascido em Maracaju, também está no elenco e o diretor Fabio Flecha falou sobre a participação dele no longa. “O ‘Davisão’ faz um papel muito legal, que é inspirado no Coronel Adid Massad (figura lendária que atuou no GOF ‘Grupo de Operações de Fronteira’ e é gigante em cena. Foi Muito Legal.”

Questionado sobre o sentimento de dever cumprido, Flecha celebra a conclusão do trabalho. “É um misto de alegria e alívio. Entrar no circuito comercial é muito difícil, as produções grandes estrangeiras dominam as salas, mas tivemos um apoio muito grande de nossa distribuidora a Kolbe Arte.”, finaliza o diretor

“Do Sul, a Vingança” esteia hoje no Cinemark e a classificação indicativa é de 16 anos.

 

O veterano David Cardoso dá vida ao (Coronel Massada), personagem inspirado no lendário Coronel Adid Massad – Foto: Produção Render Brasil/Divulgação

 

 

Por Marcelo Rezende

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