A primeira rodada das oitivas da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o transporte público de Campo Grande, deve acontecer na próxima quarta-feira (23) . os primeiros depoimentos serão de especialistas da área, para que a comissão possa embasar tecnicamente os próximos passos da investigação. “Vamos começar ouvindo a arquiteta e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, doutora Maria Lúcia Torrecilia, e o pesquisador Gabriel Santos Silva, que tem profundo conhecimento sobre o transporte coletivo de Campo Grande”, explicou a vereadora Luiza Ribeiro (PT), que faz parte da CPI.
A coleta de depoimentos é considerada uma nova etapa do trabalho da comissão, que visa esclarecer supostas irregularidades na prestação do serviço, nas relações de trabalho e na composição da tarifa técnica do sistema de transporte coletivo da capital. Luiza ressalta que o objetivo é desmistificar algumas justificativas técnicas utilizadas pela prefeitura e pelo Consórcio Guaicurus, como a alegação de que a tarifa deveria custar R$ 12 reais. “Essa tese não se sustenta. Campo Grande é uma cidade plana, com avenidas largas e trânsito que flui bem. As pesquisas da universidade podem nos trazer uma luz diferente e mais realista sobre os custos e o funcionamento do sistema”, defendeu.
Além dos especialistas, a CPI também vai ouvir representantes de sindicatos, ex-funcionários das empresas de transporte — diante de denúncias de escalas abusivas —, gestores atuais e antigos do consórcio, representantes das empresas, servidores públicos da Agetran e da Agereg, e usuários do sistema.“Organizamos as oitivas em blocos temáticos. Primeiro, vamos esclarecer as relações de trabalho e ouvir quem estuda tecnicamente o transporte urbano, para depois avançarmos nas responsabilidades de gestores e empresas. Ouvir a população também será essencial”, destacou a vereadora.
O que está em jogo?
Instalada no início deste ano, a CPI do Transporte foi motivada por uma série de reclamações sobre a qualidade do serviço, aumento da tarifa, precariedade da frota, falta de transparência na gestão do consórcio responsável e denúncias trabalhistas. A comissão é composta por cinco vereadores e tem prazo de 120 dias para concluir os trabalhos, podendo ser prorrogado por mais 60 dias.
Com o início das oitivas, a expectativa é que a CPI avance para uma fase de maior visibilidade, com depoimentos que podem reforçar ou desmontar argumentos utilizados historicamente na gestão do transporte coletivo da capital.
Por Brunna Paula
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