Há exatos 30 anos a sonda espacial da Nasa Voyager I fez uma foto da Terra que entrou para a história da astronomia e da humanidade. A uma distância de 6 bilhões de quilômetros foi dado o clique que ficou conhecido como Pale Blue Dot, ou Pálido Ponto Azul.
A imagem feita pela Voyager I, quando a sonda já estava a caminho do espaço interestelar, faz parte de um conjunto de fotos de planetas, intitulado Retrato de Família.
O comando para que a sonda virasse a câmera para dentro do sistema solar partiu de Carl Sagan, astrônomo americano considerado uma das principais referências da divulgação e popularização da ciência no século 20.
E em 14 de fevereiro de 1990, a imagem que mostra um ‘’grão de pó suspenso num raio de sol’’, como disse Sagan, além de motivar a publicação do livro Pale Blue Dot, virou referência para debates científicos e filosóficos sobre a existência humana.
“Uma foto que tem mais um valor de inspiração, divulgação, do que científica’’, disse o astrônomo do Observatório Nacional no Rio de Janeiro, Jorge Carvano.
Segundo ele, 30 anos após o registro, as reflexões que podem ser feitas em relação ao planeta Terra ainda são atuais.
“Você percebe como o universo é grande e diverso. Você não consegue ver isto e não se sentir um pouco humilde”, afirmou.
O astrônomo acrescentou que “esse tipo de sentimento está sendo invocado agora, nesses 30 anos, para que as pessoas parem e pensem no nosso lugar no universo e na nossa responsabilidade com nosso planeta”.
Lançada ao espaço em 1977, a Voyager I foi pioneira ao registrar imagens inéditas de planetas gigantes como Júpiter e Saturno e características de luas, como Io e Europa, e avançar além do nosso sistema solar. A expectativa dos astrônomos é que a missão seja encerrada em 2025.
“Neste momento, apenas experimentos de rádio estão funcionando e outros que tentam rastrear detalhes de fora do nosso sistema solar”, disse o pesquisador.
Para marcar os 30 anos da Pale Blue Dot, a União Astronômica Internacional faz uma campanha sobre a cidadania global. No Brasil, o Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, tem uma programação especial neste sábado (15), com o evento “Olhando para nossa casa: 30 Anos do Pálido Ponto Azul”.
Quanto à importância do evento no Observatório Nacional, Carvano ressalta que “a vida é tão proeminente na Terra e tão aparentemente ausente no espaço. Diz pra gente que é um evento raro”.
(Agência Brasil)