Projeto visa democratizar o acesso ao cinema com exibições em escolas no interior
O cinema segue em trânsito, e o projeto “TransCine” carrega essa mensagem com o objetivo de democratizar o acesso à sétima arte. Na próxima segunda-feira (24), o projeto irá levar o cinema para as crianças de Ribas do Rio Pardo, por meio do “TransCine – Cinema em Trânsito nas Escolas de Ribas do Rio Pardo”.
As sessões gratuitas acontecerão em dois colégios públicos da cidade: a Escola Estadual Eduardo Batista Amorim, no período matutino, e a Escola Municipal Iracy da Silva Almeida, no período vespertino. Cerca de 120 alunos serão diretamente beneficiados com as exibições, que acontecerão dentro das salas de aula, levando cultura e entretenimento para a educação.
A programação contará com filmes de animação produzidos em Mato Grosso do Sul, abordando temáticas ambientais. Serão exibidos os curtas-metragens “Cinzas do Pantanal” (direção Mariana Marques), “O Kunumi e o Curupira” (direção Tatiana Varela), “A Menina e a Árvore” (direção Ara Martins) e “Curupira, o Herói da Mata” (direção Gustavo Santana). Todos os filmes possuem classificação livre, garantindo um conteúdo acessível e educativo para crianças e adolescentes.
Cinema em todos os lugares
Esta não é a primeira vez que o TransCine esteve em Ribas do Rio Pardo. O projeto passou pelo município em 2024 com a iniciativa Vizinhança na Praça e a primeira exibição aconteceu na Praça Ipê, com grande sucesso. Durante a estadia, a equipe fez uma parceria com profissionais locais da área cinematográfica, que compartilharam a informação sobre o edital da PNAB. A partir disso, surgiu a ideia de levar as exibições para dentro das escolas, focando em crianças e adolescentes, com o objetivo de aproximar o cinema do público jovem onde ele está.
Para o Jornal O Estado, Mariana Sena, produtora audiovisual e uma das idealizadoras do TransCine, ressalta a importância de levar o cinema diretamente às comunidades, afirmando ser uma missão que a equipe realiza há mais de uma década.
“O Cinema na escola pode ser uma ferramenta transformadora. Através das histórias contadas nos filmes os alunos podem refletir sobre o tema proposto, aguçar sua criatividade, perceber outros pontos de vista e também se divertir. O cinema tem esse poder de nos ensinar e nos entreter”, destaca.
Mariana explica que a escolha dos filmes com a temática ambiental como uma forma de provocar uma reflexão profunda sobre a realidade atual. Segundo ela, a mostra ambiental visa abordar o impacto do crescimento do agronegócio e das grandes empresas.
“A ideia da mostra ambiental é fazer uma reflexão sobre o que estamos vivendo, esse impasse que é o crescimento do agronegócio, o crescimento das grandes empresas e como isso atinge diretamente a natureza e o lugar em que vivemos”.
A diretora Débora Lopo, da Escola Estadual Eduardo Batista Amorim, reforça a importância da iniciativa no ambiente escolar. “O cinema pode ser um grande parceiro das atividades pedagógicas, tornando a aprendizagem mais dinâmica e envolvente. Então, me interessei pelo projeto tanto por gostar de cinema como por acreditar que trazer cultura para dentro da escola também faz parte da educação”, afirma.
O diretor Moacir Peixoto, da Escola Municipal Iracy da Silva Almeida, reforça a importância da parceria com o TransCine para a comunidade escolar. Segundo ele, receber o projeto é uma oportunidade única para muitas crianças que nunca tiveram acesso ao cinema.
“Trazer essa experiência para dentro da escola enriquece o aprendizado e expande o conhecimento cultural dos alunos. O cinema é uma ferramenta poderosa, que inspira e conecta os estudantes a novas ideias. Como gestor, é gratificante e fundamental proporcionar esse contato com a cultura”, afirma Peixoto.
Sobre o projeto
O TransCine – Cinema em Trânsito surgiu com a proposta de exibir filmes produzidos em Mato Grosso do Sul, visando mostrar o potencial dos cineastas do estado, seja como realizadores, produtores ou diretores, com um foco especial na área de animação. A iniciativa busca valorizar e dar visibilidade à produção audiovisual regional, ressaltando a importância dos profissionais que contribuem para o desenvolvimento do cinema no estado.
O TransCine é uma iniciativa que cresceu expandindo para além da exibição de filmes próprios. Catia Santos e Mariana Sena, idealizadoras do projeto, acompanham o desenvolvimento do TransCine ao longo dos anos. Juntamente com alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a equipe se dedica voluntariamente a promover o acesso ao cinema em áreas onde ele é escasso.
“Vamos exibir animações produzidas em Dourados, Fátima do Sul e Campo Grande. Animações incríveis que devem ser exibidas nas escolas de todo Estado. E essa divulgação ajuda e muito a produção local, atinge o objeto do filme que é o espectador, o público, e desperta interesse em futuros realizadores do cinema, ver que sim que é possível fazer filmes”, detalha Mariana.
A idealizadora finaliza adiantando que ainda existem muitos locais a serem alcançados pelo cinema, onde muitas pessoas nunca tiveram a experiência de assistir a um filme na telona. Segundo ela, o projeto segue com um trabalho contínuo e dedicado, sempre buscando levar o cinema a esses públicos. Em novembro, o TransCine celebra 13 anos de existência, e Mariana reforça que o desafio continua sendo encontrar e estar presente nos lugares onde o acesso à arte e cultura ainda é limitado.
O projeto TransCine – Cinema em Trânsito Nas Escolas de Ribas do Rio Pardo, conta com financiamento da PNAB – Política Nacional Aldir Blanc, do MinC – Ministério da Cultura, do Governo Federal, com apoio da Secretaria Municipal de Educação e da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo. Informações sobre o projeto pelo Instagram (@transcinecg).
Serviço: Projeto TransCine – Cinema em Trânsito nas Escolas de Ribas do Rio Pardo acontecerá na próxima segunda-feira (24); Período Matutino – Escola Estadual Eduardo Batista Amorim, Rua Domingos Gonçalves Gomes, 1175 – Vila Nova e Período Vespertino – Escola Municipal Iracy da Silva Almeida, Rua Rachid Abes, 1148 – Jardim Vista Alegre. Classificação Livre.
Por Amanda Ferreira
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