A voz que liberou a entrada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, suspeito de homicídio no caso Marielle, não seria a mesma do porteiro que citou Jair Bolsonaro em depoimento, de acordo com laudo da Polícia Civil. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo nesta terça-feira (11).
Em novembro de 2019, a TV Globo fez uma reportagem dizendo que um porteiro do local afirmou em depoimento que o “seu Jair” teria liberado a entrada de Elcio no condomínio.
O Ministério Público do Rio concluiu que a autorização para entrada de Élcio foi dada pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, da casa 65. Tanto ele quanto Élcio estão presos, suspeitos de planejar e executar o homicídio da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.
O material em questão havia sido fornecido pelo síndico do prédio. A Polícia Civil executou análises acústicas e biométricas das gravações apreendidas na portaria no condomínio.
A perícia comparou os áudios com a voz dos quatro porteiros que estavam de serviço no dia do crime para determinar qual deles interfonou quando o ex-PM chegou à portaria. Seis peritos assinaram o laudo que identifica peculiaridades e características na fala do porteiro que não correspondem à voz do funcionário que citou o presidente em seu depoimento.
O áudio também permitiria identificar que o porteiro discou as teclas 6 e 5 ao pedir a autorização da entrada de Élcio. O laudo da polícia comparou o diálogo com ligações telefônicas e concluiu que Lessa atendeu o interfone e permitiu a entrada.
O presidente comentou o caso nesta manhã “A TV Globo faz uma armação com o pessoal da investigação, divulga o porteiro ligando pra mim e agora descobriram que a voz não é do porteiro. Parabéns, Globo, fake news total”.
(Texto: Poder 360 com João Fernandes)