Deixar a cidade de Wuhan, capital da província de Hubei na China e epicentro do surto do novo coronavírus, se tornou uma emergência para os brasileiros e outros milhares de estrangeiros. Mas para o estudante Miguel Manacero, de 18 anos, embarcar de volta para o Brasil significava abandonar “o sonho chinês” alimentado desde a infância.
O jovem brasileiro afirma que deixar a China poderia comprometer o término do curso de mandarim, qualificação que pode ajudá-lo a conseguir uma bolsa de estudos para um curso de graduação na Universidade de Hubei.
Miguel Manacero deixou a cidade de Guapiaçu no interior paulista em agosto do ano passado para aprender mandarim na Universidade de Hubei, idioma que ele começou a estudar aos 12 anos.
“Minha mãe disse que se eu voltasse para o Brasil ela não saberia quando me mandaria de volta à China”, disse. Sem saber como, nem quando, poderia retomar os estudos em Hubei, Manacero optou por arriscar e permanecer em Wuhan apesar do alto risco de infecção. ” Tento não pensar muito (no contágio), mas sei que o risco é grande”, afirma.
A embaixada brasileira na China deu um prazo para a comunidade no local decidir se embarcaria ou não de volta ao Brasil. “Meus pais me apoiaram. Foi algo que pensei muito e tive bastante dificuldade para decidir”, relata.
(Texto: Terra)