Encontro envolverá Carlos Fávaro e Simone Tebet com parlamentares do Estado e produtores
Uma das primeiras agendas da Assembleia Legislativa em seu retorno será uma agenda com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro e a ministra do Planejamento, Simone Tebet para tratar da questão do endividamento dos produtores rurais.
O encontro, conforme foi definido no ano passado deve ser agendada para o mês da fevereiro de 2025, e tem como objetivo ampliar o debate, incluindo regiões como Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul que também enfrentam crises similares, e avançar na construção de políticas públicas abrangentes e eficazes para o setor.
Em Mato Grosso do Sul a crise, atinge principalmente a região centro-sul do Estado, é reflexo de uma combinação de fatores: mudanças climáticas severas, custos de produção elevados e a queda nos preços das commodities agrícolas. Essa conjuntura tem colocado em risco a viabilidade financeira de produtores rurais e comprometido o plantio das safras futuras, como a de 2025/2026.
“O setor vive uma situação de endividamento crescente. Embora alguns produtores ainda consigam renegociar suas dívidas, muitos já chegaram ao limite da sua capacidade financeira ou de crédito. Precisamos agir agora para evitar uma desestruturação ainda maior nos próximos anos”, alertou Paulo Corrêa.
O ponto de partida dessa articulação, lembra Paulo Corrêa, foi uma grande reunião em Maracaju, realizada em setembro, que reuniu mais de 600 produtores de vários municípios. No encontro, convocado pelo Movimento Alerta do Agro, produtores reivindicaram a criação de mecanismos que possibilitem renegociações de longo prazo, com juros reduzidos, para garantir a sobrevivência econômica do setor.
Em dezembro aconteceu reunião entre o governador Eduardo Riedel, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o produtor rural e representante do Movimento Alerta do Agro, Valdenir Portela Cardoso. O grupo discutiu medidas emergenciais para enfrentar os desafios que, há três anos consecutivos, vêm gerando perdas expressivas ao setor produtivo.
“A solução precisa ser construída com urgência e com visão estratégica de longo prazo. Nosso objetivo é sensibilizar o governo federal para evitar o colapso do agronegócio, que é um dos pilares da economia de Mato Grosso do Sul e do Brasil, e garantir que as medidas discutidas resultem em ações concretas já para a safra de 2026, fortalecendo tanto o setor produtivo quanto a economia estadual como um todo”, acrescentou Paulo Corrêa.
O produtor rural Valdenir Portela alertou para a gravidade da situação enfrentada pelos produtores da região Centro-Sul, destacando que o endividamento do agronegócio não pode ser tratado de maneira superficial ou improvisada. Segundo ele, a busca por soluções passa pela atuação conjunta do Ministério da Agricultura, Fazenda e Banco Central, além de um diálogo estruturado que considere os desafios a médio e longo prazo.
“Precisamos tratar o endividamento do agronegócio com seriedade e planejamento. O problema é grande e não será resolvido da noite para o dia. É fundamental um esforço conjunto entre ministérios, estados e setor produtivo para buscar saídas reais e estruturadas que atendam os produtores e enfrentem os desafios do campo”, finalizou Portela.
Por Laureano Secundo