Luzes natalinas podem encarecer conta de energia elétrica

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Alternativas como LEDs e temporizadores ajudam a economizar e reduzir impacto ambiental

Com a chegada do Natal, ruas, casas e estabelecimentos comerciais se transformam em cenários iluminados que refletem o espírito festivo. Os tradicionais enfeites natalinos luminosos, como pisca-piscas, cascatas de luzes e figuras decorativas, tornam-se protagonistas dessa época do ano. No entanto, o encanto das luzes trazem consigo um efeito que pode surpreender o consumidor: o aumento na conta de energia elétrica.

O impacto dos enfeites luminosos no consumo de energia varia conforme a potência dos produtos, o tempo de uso e a quantidade de lâmpadas utilizadas. Para se ter uma ideia, um conjunto de 100 lâmpadas comuns, se utilizado por 8 horas diárias durante o mês de dezembro, pode adicionar até 12 kWh ao consumo mensal. O valor se torna ainda mais expressivo quando se leva em conta a utilização de múltiplos conjuntos ou de enfeites maiores.

As funções das luzes também têm influência direta no consumo. Pisca-piscas que alternam entre acender e apagar consomem cerca de 1,7 watts, enquanto luzes constantemente acesas podem chegar a 3 watts por conjunto. Apesar de aparentemente baixos, esses números se acumulam rapidamente ao longo do mês, sobretudo em lares e comércios que deixam os enfeites ligados por longos períodos.

O planeta também paga a conta. Além das consequências para o bolso, o uso de enfeites luminosos tem implicações ambientais. Estimativas indicam que, a cada três natais, o consumo energético dessas decorações gera a emissão de cerca de 100 quilos de CO2 por pessoa, segundo a Iniciativa Verde. Para neutralizar esse impacto, seria necessário que cada consumidor plantasse pelo menos uma árvore.

Como economizar?

A boa notícia é que há maneiras de manter o espírito natalino sem abrir mão da economia e da consciência ambiental. Entre as principais alternativas estão as lâmpadas de LED, que consomem até 70% menos energia do que as luzes incandescentes tradicionais. Para um mesmo período de uso, conjuntos de LED podem consumir apenas 3,6 kWh mensais, tornando-se uma escolha muito mais eficiente e sustentável.

Guilherme Moreira, gerente de segurança da Neoenergia Elektro, concessionária que atende cinco municípios no Estado, afirma que “além de promover uma economia significativa, o uso de lâmpadas de LED traz maior segurança, pois esses produtos são mais duráveis e esquentam menos, reduzindo o risco de superaquecimento.”

Além disso, a adoção de temporizadores é outra solução prática que pode ajudar a controlar o tempo em que as luzes permanecem acesas. Estabelecer horários fixos para ligar e desligar os enfeites, priorizando o período noturno ou momentos de maior movimento, é uma estratégia eficaz para reduzir o desperdício.

No mercado, também já estão disponíveis opções inovadoras, como pisca-piscas movidos à pilha e luminárias alimentadas por energia solar, ideais para áreas externas. Essas alternativas, além de econômicas, são seguras e práticas, especialmente em regiões onde o fornecimento de energia elétrica é instável.

Riscos à segurança

Mais do que os gastos financeiros, os enfeites natalinos podem representar riscos à segurança se não forem utilizados corretamente. O engenheiro elétrico Eduardo Alexandre alerta para o perigo de sobrecarregar tomadas com múltiplos conjuntos de luzes, o que pode levar a curtos-circuitos e incêndios.

“O calor gerado por longos períodos de iluminação, especialmente em lâmpadas incandescentes, pode causar superaquecimento e até explosões. É crucial observar o estado dos fios e conectores, especialmente ao reaproveitar enfeites de anos anteriores”, explica.

A instalação dos enfeites também exige atenção. Em ambientes externos, as luzes devem ser impermeáveis e adequadas para resistir às condições climáticas. Em áreas internas, é fundamental evitar a proximidade com materiais inflamáveis, como cortinas e sofás. Para árvores de Natal, a recomendação é priorizar modelos com o selo de resistência ao fogo e evitar enfeites feitos de papel, algodão ou outros materiais altamente inflamáveis.

Outro ponto crítico é garantir que as lâmpadas estejam desligadas durante a noite ou quando não houver ninguém em casa. A maior parte dos acidentes envolvendo decorações natalinas ocorre justamente nesses períodos.

Moreira também alerta para o uso de produtos com selo de certificação do Inmetro, que garantem maior confiabilidade. “Itens sem o selo podem causar acidentes graves, como choques elétricos e curtos-circuitos. É fundamental adquirir enfeites em lojas de confiança e evitar adaptações improvisadas, que são perigosas.”

Outra recomendação importante, segundo o gerente, é a instalação cuidadosa dos enfeites luminosos, principalmente em áreas externas. “Ao decorar a parte externa das casas, é essencial utilizar extensões e conectores apropriados para evitar contato com água e outros fatores que podem gerar acidentes. Sempre que possível, procure um profissional qualificado para realizar a instalação.”

Guilherme destaca, ainda, o impacto coletivo de práticas inadequadas: “Quando o consumo não é planejado ou os enfeites são instalados de forma incorreta, há riscos não só para o imóvel, mas também para a vizinhança, com a possibilidade de interrupções no fornecimento de energia.”

Planejamento financeiro

A decoração é apenas uma das várias despesas que compõem os gastos de fim de ano. Segundo a educadora financeira Sabrina Nakao, o planejamento orçamentário é essencial para manter as finanças em dia durante as festas. “Além das luzes, a ceia, os presentes e outros detalhes podem pesar muito no orçamento. É importante estabelecer prioridades e evitar compras por impulso”, recomenda.

Entre as dicas da educadora financeira, estão criar listas de presentes com limites de gasto por pessoa, aproveitar promoções e adotar o sistema de rateio para a ceia natalina. Contudo, é necessário cuidado ao organizar festas coletivas. Quem hospeda o evento deve lembrar de incluir na conta os custos extras, como luz, água e outros itens de consumo coletivo.

Por Djeneffer Cordoba

Confira as redes sociais do O Estado Online no  Facebook e Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *