Índice representa alteração em comparação ao Censo de 2010, quando a proporção de homens no comando era superior
Dados do “Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados” apontam que as pessoas responsáveis pelas unidades domésticas tiveram uma alteração nos últimos 12 anos. Em 2022, entre as 72,5 milhões de residências brasileiras, cerca de 49,1% eram chefiadas por mulheres. Esse índice representa alteração significativa em comparação ao Censo de 2010, quando a proporção de homens no comando (61,3%) era consideravelmente superior à das mulheres (38,7%).
Em Mato Grosso do Sul, a participação das mulheres na responsabilidade familiar cresceu de 36,3% em 2010 para 46,9% em 2022. Esse aumento nas lideranças femininas dentro das famílias revela um contexto de mudanças socioeconômicas no estado, evidenciando que as mulheres estão cada vez mais ativas nas decisões econômicas e sociais em seus lares. Essa avanço pode também impactar a necessidade de políticas voltadas ao suporte das mulheres que são chefes de família, sinalizando as demandas sociais e econômicas da região.
Os dez estados que lideram em quantidade de mulheres que chefiam as unidades domiciliares ultrapassou 50% foram: Pernambuco (53,9%), Sergipe (53,1%), Maranhão (53,0%), Amapá (52,9%), Ceará (52,6%), Rio de Janeiro (52,3%), Alagoas e Paraíba (51,7%), Bahia (51,0%) e Piauí (50,4%).
Ranking Nacional
O analista da divulgação do IBGE, Luciene Longo afirma que a maior concentração está localizada na região nordeste, porém todo o país teve um avanço em relação a pesquisa de 2010. “Os dados do Censo mostram que a maior parte dessas unidades da federação estão concentradas na Região Nordeste do país. Por outro lado, os menores percentuais são encontrados em Rondônia, com 44,3%, e em Santa Catarina, com 44,6%. Percebe-se, de forma geral, que as unidades da federação acompanharam o movimento do país com aumento da proporção de unidades domésticas com responsáveis do sexo feminino”.
Entre 2010 e 2022, a proporção de lares compostos por um responsável, cônjuge e filhos de ambos diminuiu de 41,3% para 30,7%. Por outro lado, a porcentagem de casais sem filhos cresceu de 16,1% para 20,2% no mesmo período. Quanto aos lares formados por casais que têm, pelo menos, um filho que seja apenas do responsável ou do cônjuge, essa proporção caiu de 8,0% para 7,2%.
Os lares monoparentais — que são aqueles com um responsável sem cônjuge e com filhos — mostraram uma variação mínima entre 2010 e 2022, passando de 16,3% para 16,5%. Outros tipos de arranjo familiar somaram 25,5% das residências, sendo que 18,9% correspondem a domicílios unipessoais (que eram 12,2% em 2010), enquanto as unidades domésticas com mais de um morador, mas sem cônjuge, filhos ou enteados, apresentaram pequenas mudanças, passando de 6,1% em 2010 para 6,6% em 2022.
Em 2022, 57,5% dos lares eram formados por um responsável e um cônjuge de sexos diferentes, 41,9% não tinham cônjuge e 0,54% eram compostos por um responsável e um cônjuge do mesmo sexo.
Por João Buchara
Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram