Infertilidade é um dos principais efeitos colaterais do tratamento contra o câncer de mama

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

O câncer de mama é a neoplasia que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. Somente pelo HCAA (Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão), neste ano, cerca de 7 mil mulheres foram diagnosticadas. O tratamento com medicamentos, quimioterapia e radioterapia, esses procedimentos, podem comprometer o funcionamento dos ovários e causar infertilidade, a dificuldade para engravidar.

O Outubro Rosa, mês de combate à doença, reforça esse alerta. A estimativa é de 73.610 casos novos para cada ano do triênio 2023-2025. Esse valor corresponde a um risco estimado de 41,89 novos registros da doença a cada 100 mil mulheres. Em Mato Grosso do Sul, o índice do INCA aponta 910 novas ocorrências da doença por ano até 2025.

Segundo a médica especialista em Reprodução Humana da FertLiv, Suely Resende, o câncer e seus tratamentos, especialmente quimioterapia, radioterapia e até cirurgias invasivas, podem causar danos aos ovários, reduzindo a quantidade e a qualidade dos óvulos. Além disso, alguns medicamentos utilizados durante o tratamento podem interromper o ciclo menstrual ou até levar à menopausa precoce.

“Em muitos casos, a necessidade de iniciar o tratamento contra o câncer com urgência limita o tempo disponível para que a paciente tome decisões relacionadas à preservação da sua fertilidade. No entanto, com o avanço das tecnologias de reprodução assistida, existem opções seguras e eficazes que podem ser feitas em pouco tempo para garantir que essa mulher tenha mais chances de engravidar após o tratamento”, explica.

Como funciona a Preservação?

O primeiro passo é avaliar como está a saúde da paciente e qual o estágio do câncer, além de considerar o tempo disponível antes de iniciar o tratamento oncológico.

Na Preservação da Fertilidade, a mulher congela os seus óvulos para serem usados no futuro. O tratamento é feito por etapas: Estimulação ovariana: A paciente recebe medicamentos hormonais por cerca de 10 a 14 dias para estimular os ovários a produzirem o máximo de folículos possíveis.

Coleta dos óvulos: Os óvulos são coletados em um procedimento minimamente invasivo, feito sob anestesia. Congelamento: Os óvulos coletados são congelados para uso futuro. Eles podem permanecer armazenados por vários anos.

Também existe a possibilidade do congelamento de embriões. Nesses casos, os óvulos são fertilizados com espermatozoide do parceiro ou de um doador anônimo. Os embriões formados são congelados para serem transferidos à cavidade uterina da paciente no momento em que ela estiver pronta para engravidar.

Por Thays Schneider

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