Em um mês, IHP e parceiros fazem resgate de mais de 500 peixes ilhados após estiagem em rio

Foto: Lauro Keslley
Foto: Lauro Keslley

A Operação Dourado, no rio da Prata, teve sua segunda etapa realizada entre os dias 1 e 3 de outubro após identificação de centenas de peixes que ficaram ilhados em trecho do recurso hídrico. A primeira etapa da operação ocorreu no começo de agosto, quando 200 peixes foram resgatados. Nessa outra etapa, outros 350 indivíduos foram retirados de região que ameaçava a vida de várias espécies.

Participaram dessa ação a equipe do programa Cabeceiras do Pantanal, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em parceria com o Ministério Público Estadual (promotoria de Jardim), Polícia Militar Ambiental, Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (Iasb), Instituto Amigos do Rio da Prata, Instituto Guarda Mirim de Jardim, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e proprietários rurais da região.

O rio da Prata está localizado entre os municípios de Jardim e Bonito e durante monitoramento ambiental realizado pelo Instituto Guarda Mirim de Jardim houve a identificação de outro cardume que ficou preso em superfície de água com baixo nível de oxigênio. Situação semelhante ocorreu no dia 26 de julho, em outra área do mesmo rio.

Foto: Lauro Keslley

O presidente do IHP, Ângelo Rabelo, reforça que a situação das nascentes é altamente preocupante e exige medidas de mitigação urgentes. “Não é a primeira fez que nessa região ocorre situação como essa. Por conta desse outro registro, temos um alerta que sinaliza a evolução da perda de força e vitalidade do rio, em que pese que temos como ameaça drenos realizados em algumas áreas e outros passivos ambientais que ameaçam nascentes. O problema não está em todo o curso do rio, mas em regiões mais sensíveis. Além disso, esse quadro está também sendo repetido em outros rios. Tudo isso nos mostra que é exigido de todos nós ações mais fortes em torno da proteção de nascentes. Temos que agir para, minimamente, voltar a ter condições de volume de água.”

Foto: Lauro Keslley

O biólogo no IHP, Sérgio Barreto, coordenador do programa Cabeceiras do Pantanal, explicou que o local onde ocorreu a retirada dos peixes era de difícil acesso e exigiu trabalho de oxigenação prévia para aumentar a capacidade dos peixes em passarem pela relocação. “Pegamos aproximadamente 350 peixes e as condições estavam muito difíceis de relocação. Esse local segue com monitoramento direto da equipe do Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim. O Ministério Público ainda receberá um relatório de toda a ação.”

As espécies que foram encontradas nessas condições do rio da Prata foram curimbatá, piraputanga, dourado, cascudo, piau sul, piau e lambari. Na ação feita no começo de agosto havia as espécies dourado, cascudo, curimbatá, piraputanga, piau e piapara.

O trecho de rio que secou completamente ou há uma lâmina de água de centímetros de profundidade ultrapassa os 10 km.

Para fazer a transferência de área do rio desses peixes resgatados, os técnicos identificaram uma região do próprio rio da Prata que está com seu curso d’água melhor regularizado. A relocação ocorreu ao longo de dois dias, por conta do volume de peixes que precisou ser resgatado.

 

 

Com informações do IHP

Confira as redes sociais do O Estado Online no  Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *