No centro e nos bairros, empresas movimentam a cidade e estendem empreendedorismo para o interior
Na Capital sul-mato-grossense, um fenômeno incontestável no centro da cidade é a abertura de lojas de cosméticos cada vez maiores e com opções variadas para quem procura produtos para se embelezar no dia a dia. No entanto, economicamente, um fenômeno chama atenção para além das vendas locais, a busca de produtos de maneira massiva para levar ao interior e fazer a economia girar por lá também.
A líder da loja Tudo em Make – localizada na 14 de julho, Bianca Kelly, 22, explica que o consumidor, sobretudo as mulheres, são bastante visuais. Por isso, as lojas físicas são um fenômeno de vendas. “Eu acredito que a gente é muito visua, sente curiosidade de testar, olhar. Eu pelo menos não gosto de comprar pela internet, quero pegar e olhar o produto e penso que os clientes também são assim”, explica. Hoje, a loja aposta na estratégia de comercializar todos os itens a R$ 12, o que acaba por chamar a atenção do público.
Sobre as vendas para o interior, ela argumenta que vê como algo positivo, pois traz um giro do produto na cidade e fora dela. “A gente vende muito batom, porque tem bastante gente que vem comprar na loja e revender e isso é legal para ter um giro também na cidade. V em bastante microempreendedor comprar com a gente e também de outras cidades, como do interior de Sidrolândia e Três Lagoas, que compram em grande quantidade, como mais de 30 produtos de cada.
“A gente vê também um mini empreendedorismo girando em torno disso e eu acho que é muito mágico”.
A gerente da Mix Cosméticos, loja que é uma das precursoras em trazer itens atuais, de maneira massiva, para um público também massivo, Marisa Povoa, 35, explica a proposta do negócio sempre foi atender públicos de diferentes classes. “Independente de classe social, renda, a gente traz novos produtos, aqueles que estão nas redes sociais, que são novos para atender o nosso cliente. O público está mais exigente, eles querem os melhores produtos, com os melhores preços, com o advento da internet a facilidade de compra facilitou e a gente procura não perder muito tempo com isso, então a gente procura trazer um produto mais acessível, maquiagens que estão em alta, maquiagens que estão bombando em redes sociais como o Tik Tok e Instagram, para a gente não ficar por fora e perder um público tão necessário para a gente”, revela sobre a necessidade do negócio.
Conforme pontua, entre os meses de julho e agosto a Mix e como ela acredita, os mercados do ramo em geral, tem sentido uma queda. No parâmetro de vendas habitual, hoje a Mix tem um movimento menor de cerca de 10% frente ao ano passado. As datas melhores para o comércio costumam ser o dia das mães e também o mês de dezembro, por conta do Natal, mas a gerente garante que o trabalho não para e é preciso continuar a atualização de produtos para manter as vendas. “Por incrível que pareça, o produto que mais vende na Mix não é maquiagem. O produto que mais sai na loja de cosméticos são as colorações para cabelo, seguida de esmaltaria. As colorações o valor médio fica em torno de R$ 9,99 a mais barata e a mais cara é até R$ 46. Já os esmaltes a gente tem na promoção a R$ 2,99 e o mais caro é até R$ 21”, argumenta sobre a dinâmica de venda e valores.
A vendedora supervisora da Tom Make, loja que abriu as portas há exatos 90 dias, completando três meses hoje (15) e que atende uma média de 200 por dia, Renata Souza Freitas, explica que as maquiagens são altamente procuradas, pois toda mulher sente a necessidade de se sentir bonita. “De uma escala de 0 a 10, pelo menos 8 usam maquiagem, nem que seja um batom, um lápis, um delineador ou um hidratante. O que mais vende aqui é a base, o corretivo e o batom. A média é a partir de R$ 6,90, mas o normal deles é entre R$ 10 e R$ 12. O preço, com certeza, é um dos principais atrativos, se for preço bom com produto de qualidade principalmente”, explica sobre o fenômeno de aberturas de lojas desse perfil no centro da Capital.
As pioneiras no ramo, como a Boticário, lutam para sobreviver através de estratégias. A consultora de vendas na O Boticário, Michele Araújo, 27, explica que a proposta da loja é não apenas trazer produtos de embelezamento, mas também autocuidado. “É o tratamento e não somente a maquiagem. Tanto a base, quanto as sombras, por exemplo, já tem protetor solar, porque também é um tratamento contra linhas de expressão e rugas. Se você compra um produto com o preço menor, acaba dando o efeito reboco na sua pele, cria espinhas, muita oleosidade e essas coisas”, pontua sobre a qualidade de produtos mais baratos.
Na loja, a campeã de vendas é a base. Conforme apurado pelo jornal O Estado, o produto é vendido a R$ 91,90, preço elevado se comparado com as lojas de R$ 12. Mas, para driblar a concorrência, a Boticário se atualiza e utiliza de estratégias, como, por exemplo, utilizar o CPF da pessoa e gerar um cadastro, onde compras acumulativas são convertidas em promoções e descontos.
Nadar contra a corrente
A diretora Mary Kay há sete anos e ganhadora de dois carros rosa, Katy Papalia, explica que para além do dinheiro, para vender e se tornar sinônimo de sucesso no ramo mesmo sem ter uma loja física, ou seja, “nadando contra a corrente”, é preciso se preocupar com o que o cliente realmente precisa. “Eu sigo exatamente o que me foi ensinado. Eu tiro o cifrão dos olhos quando vou atender uma cliente e apenas imagino uma placa invisível no peito dela escrito: ‘Faça-me sentir importante’. Com isso, minha cliente consegue perceber que não estou ali para empurrar produtos nela e sim para atender uma necessidade”, destaca a diretora.
“O grande segredo e diferencial se chama relacionamento sincero com o meu cliente”.
Conforme pontua Papalia, o pós-venda se torna ainda mais importante do que a venda. Já que é necessário fazer o acompanhamento do cliente e entender se aquele produto de fato sanou a ‘dor’ na qual ele tinha. “Qual comércio hoje se preocupa em ligar para o cliente e perguntar se ele está usando o produto? Se gostou do produto? O pós-venda é fundamental para fidelizar o meu cliente e demonstrar o quanto realmente me importo com ele”, explica sobre o sucesso de vendas, destacando inclusive sobre a política de satisfação, que garante a devolução do dinheiro caso o cliente não goste do produto.
Por Julisandy Ferreira
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