Nível dos rios em MS estão até 2,64 metros mais baixos antes do início do período de estiagem

Foto: Divulgação Ecoa
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Serviço Geológico Brasileiro alerta para seca severa no Estado e falta de chuvas é o principal responsável

Os níveis dos rios em Mato Grosso do Sul apresentaram uma queda expressiva nos níveis de água, mesmo antes do início do período de seca, previsto para o mês de agosto. Segundo dados do Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil, no rio em Forte Coimbra, Ladário e Porto Murtinho é possível observar uma redução significativa, em especial em Forte Coimbra, localizado em Corumbá, que em comparação ao primeiro semestre de 2023, reduziu 2,64 metros. As baixas preocupam especialistas, que constatam déficit de chuva de 343 mm.

No rio em Forte Coimbra, em Corumbá, município a 974 quilômetros da Capital, em julho de 2024, o nível das águas estava em 0,66 metros, enquanto no mesmo mês, em 2023, o nível era de 3,30 metros, representando uma redução de 2,64 metros. Comparando com o início do ano, o nível do rio manteve o nível em 0,66 metros.

O Capitão-Tenente Eduardo Pontual Dubeux, Chefe de Operações do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, explica que a falta de chuva é o principal motivador para a baixa dos níveis. “As reduções no nível do Rio Paraguai observadas nas réguas fluviométricas de Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho ao longo do ano de 2024 são provenientes dos baixos índices de precipitação, principalmente ao longo da estação chuvosa, atrelados a temperaturas elevadas. Tais fatores são responsáveis pelo período de seca, no qual os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul enfrentam”.

O mês de junho foi desfavorável para a bacia do Rio Paraguai como um todo, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), que constatou um déficit de 343 mm de chuva acumulados até o início de agosto. Por consequência, o período de seca também refletiu em Ladário e Porto Murtinho, que sofreram alterações em seus níveis de janeiro a julho de 2024. Em Porto Murtinho, o nível das águas em julho estava em 1,57 metros, mais baixo quando comparado a 1,72 metros constatados em janeiro; a redução foi de 0,15 metros. Em Ladário, houve uma diminuição de 0,10 metros nos primeiros 6 meses do ano. Em julho, o nível das águas foi de 0,50 metros.

Em comparação ao ano de 2023, a redução em Ladário também demonstra-se alarmante, explica o tenente, que foi observado que o nível máximo do Rio Paraguai, no início de maio, aproximadamente 1,47 m. Diferente do ano de 2023, quando na mesma época a régua registrou 4,30. “Em relação à cota mínima, o SGB prevê que o nível mínimo do rio possa atingir aproximadamente −0,32 m em Ladário (índice negativo). Porém, caso as chuvas sejam menos volumosas que o previsto, o nível do Rio Paraguai pode alcançar valores ainda mais baixos, como os ocorridos em 1964 (-0,61 m), 1971 (-0,57 m) ou 2021 (-0,60 m) ao final do período de vazante deste ano”, disse o Tenente Eduardo Pontual.

Esses dados evidenciam a preocupante redução dos níveis dos rios em Mato Grosso do Sul, especialmente antes do período de estiagem previsto para agosto. “Em 2024, o possível cenário que se apresenta enseja cautela em relação à probabilidade de seca severa, associada ao baixo nível do Rio Paraguai e ao aumento de queimadas no Pantanal. Ressalta-se que essa é uma projeção baseada em anos historicamente semelhantes e não em modelos de previsão hidroclimáticos”, destaca.

Incêndio às margens do Rio Miranda leva a decreto de emergência enquanto brigadistas buscam estabilizar queimada na Serra do Amolar

Na Br- 262, acidente envolvendo caminhão ameaça povoado de Salobra, situado às margens do Rio Miranda. O incêndio começou após um caminhão pegar fogo na fazendo Tupanciretã e chegou na rodovia BR-262 e segue avançando, conforme dados da Ecoa

Desde a última semana de julho, a Serra do Amolar, em Corumbá, sofre também com incêndios de grandes proporções, que vem afetando sua biodiversidade. Segundo dados do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), o incêndio na Serra do Amolar reduziu a intensidade, mas o fogo continua ativo. O combate diurno e noturno vem sendo feito desde 1/8 e prossegue com ações de combate às queimadas realizadas pela Brigada Alto Pantanal, mantida pelo IHP em conjunto com o Prevfogo/Ibama.

“A intenção é criar áreas para circular o fogo e tentar evitar que ele avance para regiões da Serra do Amolar. E tentar aproveitar a queda da temperatura que vai ocorrer nesta semana, antecipando ações para tentar isolar o fogo. Está sendo usado aviões e helicópteros do Ibama para ajudar a resfriar áreas também”, disse.

Por Ana Cavalcante e Kamila Alcântara

 

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