O Projeto Naus 2024 aporta em Campo Grande neste sábado (22) com a exposição “Entre Lugares”, no Museu da Imagem e do Som (MIS-MS), a partir das 19h. A mostra tem curadoria da artista visual Isabê, e terá trabalhos dos artistas Ana Mallmann, Antigodoy, Brenda Postaue, da Mata, Elias de Aquino, Melissa Aguiar e Tom Kyo. O evento estará aberto para visitação com entrada gratuita.
Esta exposição é a segunda de três trabalhos propostos pelo Projeto Naus. A primeira rodada foi realizada em Dourados, a segunda será agora em Campo Grande e vai até 10 de julho, e a terceira e última etapa será em Corumbá, ainda sem data definida.
Naus é um programa de imersão artística e experimentação curatorial NAUS, que incentivará e realizará circuitos de pesquisa e produção, conversas e formações públicas e propostas expositivas durante o ano de 2024. A proposta dessa segunda exposição é pensar os espaços entre uma coisa e outra como possibilitador de inferências, convidando o público a interagir conceitualmente com as obras.
“O projeto é uma pesquisa em imersão artística que envolve diretamente 6 artistas residentes em Mato Grosso do Sul, mas indiretamente, na produção, temos vários artistas envolvidos. Fomos à Corumbá durante uma semana no início desse ano a fim de realizar a pesquisa artística. Como resultado o projeto prevê um ciclo expositivo de 3 exposições, a primeira foi curada por Elias de Aquino, a segunda agora por mim e a terceira será uma pesquisa conjunta entre nós, Elias e eu”, explicou a curadora da mostra em entrevista ao jornal O Estado.
Conforme Isabê, a exposição se relaciona com sua própria pesquisa de mestrado na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. “A pesquisa em questão vincula a atividade comunicativa à consciência da finitude humana, partindo do pressuposto de que é preciso morrer para saber narrar e estabelece relação entre a prática artística e a sua possibilidade de não-ser no mundo, buscando em Gilles Deleuze, Giorgio Agamben e Leda Maria Martins referenciais para discutir o entre-lugar. Portanto, a pesquisa apresenta na expressão artística o tensionamento temporal entre passado, presente e futuro alocados no fazer comunicativo da linguagem, a fim de persistir para além da matéria a partir da memória”.
Serão 15 obras como performance, instalação, fotografia, pintura, videoarte e desenho expostas com todo esse arcabouço de experiências realizadas na cidade de Corumbá, em fevereiro, a exposição Entre Lugares convida a essa imersão nos personagens que vagam entre os locais pesquisados.
“Estamos animados! O projeto é lindo e é uma oportunidade muito bacana poder transitar com as pesquisas entre as cidades. É um projeto que nasce na ideia de coletivo, é um projeto de muitas pessoas. São muitos agentes culturais envolvidos e justamente por isso ele prevê esse apoio da Fundação de Cultura. Projetos assim só acontecem por meio dos incentivos como o FIC/MS e atingem direta e indiretamente a sociedade através do intercâmbio entre artistas e público, provocando reflexões e levantando hipóteses narrativas”, complementou a artista.
Para a curadora, “acreditar na vida comum enquanto experimento coletivo é vislumbrar no encontro a possibilidade comunicativa do presente – o futuro como nos é apresentado não nos pertence. Da mesma forma, antes da palavra ser possível houve a existência de duas ou mais pessoas, de trocas humanas que perpetuaram o verbo e “algo a ser dito” em comunidade. Em ‘Entre lugares’, segunda exposição de Naus, iremos pesquisar juntos sobre o espaço que possibilita inferências, o mesmo espaço ocupado pelo vento e pela estrada”, finaliza.
Serviço: A exposição Entre Lugares começa neste sábado (22), a partir das 19h, no Museu da Imagem e do Som (MIS-MS), na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, 3º Andar, Centro. A entrada é gratuita e a mostra fica em Campo Grande até o dia 10 de julho.
Por Carolina Rampi
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