[Por Kamila Alcântara, Thays Schneider com Keyla Santos]
Ontem, um criminoso quebrou toda a vitrine de uma loja na Rua Rui Barbosa sem medo de ser preso
Dados do Estatística Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), da Polícia Civil, mostram a redução de 21% dos casos de furtos em Campo Grande. Porém, os lojistas do quadrilátero central, que abrange os estabelecimentos entre as avenidas Fernando Corrêa da Costa e Mato Grosso com as ruas Calógeras e Bahia, sofrem com noites temendo invasões.
Além disso, com base em informações da Polícia Militar, em comparação a abril de 2023, os furtos de veículos diminuíram em 42,3%, os roubos em via pública reduziram em 28,57%, os furtos qualificados em estabelecimentos comerciais registraram uma diminuição de 21,42%, e os furtos simples a comércios caíram 10%.
E foi durante a madrugada, da última sexta-feira (31), que Edilene Gonzales, 26 anos, foi acordada com a notificação de que sua loja, localizada na Rua Rui Barbosa, havia sido invadida pela segunda vez. Mesmo com o comando de voz pela câmera de segurança, o invasor não desistiu do crime e deixou o prejuízo de uma vitrine aos cacos.
“Foi por volta das 4h30 que acionou o alarme e chegou uma notificação no meu celular, no aplicativo. E aí eu fui olhar nas câmeras e estranhei porque estava acesa as luzes. Fiquei olhando, aí apareceu um rapaz. A câmera tem comando de voz e eu fiquei nervosa, falei pra ele que a polícia estava chegando já. Ele respondeu ‘pode chamar’. Logo em seguida a polícia militar já chega. Foi muito rápido mesmo a chegada da polícia”, compartilha a comerciante.
O prejuízo da Edilene será maior no conserto da vitrine, mas o susto de ser acordada pela madrugada com a notificação do estabelecimento estar sendo invadido é o medo de todos que decidem atuar no Centro de Campo Grande, segundo Adelaido Vila, presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).
“A madrugada é um momento de muita dificuldade para todo lojista. Hoje o lojista do Centro acaba dormindo mal, porque a qualquer momento pode disparar o alarme e seu estabelecimento arrombado, furtado. Por mais que você pegue aquele que fez isso, ele não vai indenizar o furto, ele não vai indenizar o prejuízo que ele faz”, destaca Adelaido.
Mesmo com o constante patrulhamento da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que inclusive possui monitoramento por câmeras 24 horas, há quem ainda não se sinta seguro com o aumento da população de usuários de drogas.
“Nós entrevistamos 512 consumidores da área central e a principal reivindicação foi a questão de sensação de insegurança. Furtos não acontecem, eles são toda hora abordados por dependentes químicos, que pedem dinheiro, e isso gera medos aos consumidores”, explica.
Câmeras de Monitoramento
No fim de 2023, a Prefeitura de Campo Grande anunciou que os Equipamentos/Modernização passaram por ajustes, com investimento total de R$ 2 milhões pelo Ministério da Justiça para reestruturar o Centro de Operações da GCM. Inclusive, em frente a loja invadida existe uma câmera de monitoramento. Quanto aos armamentos, foram adquiridas 33 unidades da arma de choque não letal Spark, com um investimento de R$ 200 mil.
Importância do registro das denúncias
O 1º Batalhão de Polícia Militar informou que mantém o policiamento constante em toda a área central, realizando rondas e abordagens de forma ininterrupta, reduzindo significativamente a violência e a criminalidade no centro da capital. Apenas no mês de abril de 2024, foram realizadas 1.687 abordagens a pessoas e 11 abordagens a veículos. Essas ações resultaram na condução de 84 pessoas, 16 prisões em flagrante, a captura de 19 foragidos da justiça, além da recuperação de 03 veículos.
“É crucial ressaltar a importância de que a população formalize o registro de eventuais crimes na delegacia mais próxima. Essas informações são essenciais para direcionar o policiamento de forma precisa. Caso algum cidadão identifique indivíduos em atitude suspeita ou praticando algum delito, deve acionar imediatamente a polícia militar no número 190”, informou a Polícia Militar.