Caminhões saem de MS com mais de 3T de doações para o Rio Grande do Sul

( Fotos: Nilson Figueiredo)
( Fotos: Nilson Figueiredo)

Pontos de arrecadação contam com mais de 40 voluntários na Capital

Campo-grandenses se sensibilizaram com a tragédia que está acontecendo no Rio Grande do Sul que já desabrigou milhares de pessoas, além de deixar centenas de feridos e causar a morte de mais de 80 pessoas. O Centro de Tradições Gaúchas Tropeiros da Querência enviou essa semana dois caminhões com doações, somando mais de três toneladas.

O governo de Mato Grosso do Sul também está contribuindo enviando equipes do Corpo de Bombeiros para as cidades afetadas, noticiado anteriormente pelo jornal O Estado, além de colocar servidores de prontidão para receber doações, que podem ser recebidas no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco e Edifício Garagem da FIEMS, localizadas na Capital, e nas Escolas Estaduais, unidade da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros dos 79 municípios.

Além disso, o Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Mato Grosso do Sul) disponibilizou 10 carretas para o transporte das doações. As entidades, empresas e particulares que estão recolhendo doações podem entrar em contato com SETLOG/MS pelo telefone (67) 3342-4144.
A prefeitura de Campo Grande disponibilizou os pontos de arrecadação no Paço Municipal, na Avenida Afonso Pena n°3297, das 7h30 às 17h; Central de Atendimento ao Cidadão, localizado na Avenida Marechal Rondon nº 2655, das 8h às 16; nos CRAS de todas as regiões e Secretarias Municipais abertas das 7h às 17h e no FAC, localizado na Avenida Fábio Zahran, 6.000, no horário das 7h30 às 11h e das 13h às 17h30. A sede da Defesa Civil Municipal, na Rua Corveta nº141, é aberta 24h, mas é importante que o cidadão doador ligue no 199 após às 19h para que o funcionário abra o portão e o aguarde.

Medo pela família e esperança por dias melhores

A esteticista, Luiza Vonghon, nasceu na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, mas veio para Campo Grande, onde mora há sete anos. Contudo, grande parte da sua família reside no estado que tem passado pela calamidade, distribuídos nas cidades de Porto Alegre, Rio Grande, Praia do Cassino, Pedro Osório e Pelotas. Luíza revela que em alguns municípios a água já chegou e, ainda, conta ao jornal O Estado que a própria população está doando itens.

“Eles [os parentes] ainda não tiveram que sair de casa, porém em Porto Alegre estão todos sem água e alguns sem luz. Em Rio Grande e Pelotas a água chegou por lá, então estão em alerta caso tenham que sair de casa. Como são vários parentes cada um está em uma situação diferente. Tenho primas que moram no centro de Poa que a água está subindo, mas ainda não saíram. Meus avós moram na zona norte, em uma parte mais alta, então a água não chegou por enquanto. Em frente ao apartamento deles tem duas escolas que estão servindo de abrigo, eles estão se preparando para o que está por vir. Além disso, eu sei que a própria população de lá está doando coisas, como por exemplo, meus avós, que doaram para os abrigos em frente a casa deles, roupas e cobertores”, afirma.

A previsão para essa semana é de chuva no estado, ou seja, o nível da água pode aumentar. Luíza teme por esse momento e pela vida dos seus familiares. “Estou sempre falando com eles, tentando saber informações. Falei que eles poderiam vir para cá, mas não tem como, as estradas estão destruídas e o aeroporto fechado. A sensação é sempre de ansiedade porque a qualquer momento alguns deles podem ter que sair de casa, é bem difícil.

Gratidão em forma de voluntariado

O gerente Mário Cavinato responsável por de um dos pontos de doação, o CTG Tropeiros da Querência, revela ter 40 pessoas a disposição, ajudando a separar os itens, organizando a ação. Para Mário o sentimento de ver todos comovidos pelo mesmo objetivo é de gratidão.

“É um sentimento de benevolência a todos os que estão aqui de Campo Grande, para com os nossos irmãos lá do Rio Grande do Sul. Nós como CTG Tropeiros da Querência, não podíamos ficar diferente e de fora dessa campanha. A dimensão ficou tão bonita, com a ajuda que a gente está tendo. Estamos com um número de quase 40 pessoas ajudando, se não mais. Pessoas que se prontificam, separando roupa infantil, masculina e feminina, roupas adultas, cobertores, alimentos e calçados. Infelizmente, é doído de ter que ajudar, mas muito gratificante ver a resposta das pessoas do campo grandense dando aqui para nós nessa ajuda”, pontua.

A meta é enviar os dez caminhões com toneladas de produtos. O gerente explica que a organização em Campo Grande fica por conta deles, contudo, no Rio Grande do Sul a responsabilidade é dos órgãos que são destinados as doações, como a Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Os itens são destinados para várias cidades, as mais necessitadas.

“Nós já mandamos um caminhão que quase com uma tonelada de água, mantimentos e roupas, temos para enviar hoje (6) uma carreta que os parceiros empresários da Setlog colocaram à disposição. Estamos nessa expectativa de atingir duas toneladas ou mais. Felizmente, o pessoal não para de ligar para nós querendo ajudar, escolas e outros empresários querem mandar os mantimentos para cá. Esperamos até o final de todo esse nosso trabalho chegar ao máximo em 6, 7 toneladas, com vários caminhões”, explica.

Pontos de doação

CTG Tropeiros da Querência
Rua Miguel Sutil, 445- Vilas Boas, das 8h às 20h

Gaucharia CG
1. Rua Brilhante, 3466- segunda, terça, quinta-feira e domingo, das 17h às 00h
2. Rua Pedro Celestino, 2089- segunda-feira, terça-feira, quinta-feira e domingo, das 17h às 00h

CTG Farroupilha
Avenida Pref. Heráclito Diniz de Figueiredo, 930- Monte Castelo

Aeroporto Internacional de Campo Grande
Azul Linhas Aéreas

Lembrando que nenhum desses lugares estão aceitando pix

O que pode ser doado?

-Roupas, principalmente agasalhos
-Cobertores
-Colchões
-Produtos de higiene (incluindo absorventes e fraudas)
-Sapatos
-Água Potável
-Alimentos não perecível

Recomendações

– Levar os itens separados, por exemplo, roupas masculinas em uma sacola, feminina em outra, assim por diante;
– Indicar com adesivo o que tem dentro das sacolas;
– Juntas os pares dos sapatos com fita, ou até mesmo amarrar os cadarços;
– Evitar mandar salto alto, cosméticos, como maquiagem.

 

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