O ministro da Economia Paulo Guedes declarou em entrevista publicada neste domingo (19) no Poder em Foco, que o dólar alto e os juros baixos são “o novo normal” da economia brasileira. Para ele, o país saiu do abismo fiscal com a aprovação da reforma da Previdência, e deu espaço para inflação e taxa básica Selic menores.
“Essa combinação maldita de juros altos e câmbio baixo foi revertida. O Brasil, em vez de ser um país que tem um fiscal frouxo e apertado só no freio monetário, agora controla os gastos do governo, porque gasta muito e gasta mal. Nós queremos que o dinheiro fique no bolso do povo”, declarou Guedes.
Referência para balizar os juros no Brasil, a taxa básica Selic está no menor nível da história, aos 4,5% ao ano. O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central sinalizou que o percentual ainda pode cair ao longo de 2020, para 4,25% anuais, e retornar para o nível atual até o fim do ano.
Os juros estão baixos porque a inflação está controlada. O CMN (Conselho Monetário Nacional) estabeleceu uma meta de 4% para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano. Economistas entrevistados pelo BC estimam, porém, que o percentual ficará abaixo disso, em 3,58%. O Ministério da Economia projeta que a taxa terminará o ano em 3,62%.
O índice de preços se mantém em patamares controlados mesmo com a valorização do dólar frente ao real. A moeda norte-americana chegou à cotação de R$ 4,26 em novembro de 2019. A saída de dólares do Brasil somou US$ 44,7 bilhões em 2019, o que corresponde ao maior volume em 38 anos.
O ministro afirmou que as expectativas para o crescimento da economia brasileira podem ser “abaladas” em caso de descontinuidade das reformas. O Ministério da Economia projeta expansão de 2,4% do PIB em 2020. Com reformas, em 2020, o Brasil pode estar crescendo 4% ao ano, estima Guedes.
Ele prometeu promover uma simplificação e redução de impostos, além da tributação de dividendos. Guedes também disse que, ao contrário do noticiado pela mídia no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, a democracia não esteve em risco.
O ministro disse que o Brasil erra ao ter altos encargos trabalhistas que, para ele, são “armas de destruição em massa” de postos de trabalho. Guedes afirmou que o país tem cerca de 40 milhões “sem emprego com carteira assinada“, referindo-se à informalidade.
Ao tratar das privatizações, o ministro afirmou que é preciso desestatizar “as maiores” empresas para ter um efeito fiscal maior. O governo tem uma meta de arrecadar R$ 150 bilhões com privatizações e desinvestimentos neste ano. Veja a entrevista; (João Fernandes com Poder 360)
https://www.youtube.com/watch?v=wisgZiiVGvk&feature=emb_logo