Em meio a insegurança, sindicatos pedem urgência na duplicação da BR-060

Foto: Divulgação
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Assembleia Legislativa aprova indicações do deputado Gerson Claro que cobra do governo federal investimentos na rodovia

A Assembleia Legislativa aprovou indicações do deputado Gerson Claro que cobra do Governo Federal investimentos na duplicação do trecho Campo Grande /Sidrolândia da BR-060. O presidente da ALEMS formalizou as reivindicações que já havia apresentado em reuniões com o superintendente regional do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Euro Nunes Varanis Junior e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, junto com o governador Eduardo Riedel. Vale lembrar, que entre janeiro e novembro de 2023 foram contabilizados 16 óbitos e 133 acidentes na rodovia.

Na avaliação do Gerson é necessário que o Governo Federal inclua de imediato no planejamento de obras do Ministério dos Transportes, pelo menos a duplicação do trecho urbano da rodovia em Sidrolândia , desde o trevo da MS-258 até a rotatória com a MS-162, saídas para Maracaju e Nioaque . “Com a chegada da Inpasa, perspectiva de duplicação do abate na unidade da JBS, além da chegada de novos empreendimentos, ainda neste ano, serão pelo menos mil novos caminhões circulando neste trecho”, lembra o deputado . Gerson, além da duplicação, vê a necessidade de algumas obras de engenharia viária, como as rotatórias nos acessos às unidades da JBS e da Inpasa.

Junto com a duplicação deste trecho urbano da BR-060, Gerson defende o início de estudos para melhorar as condições de tráfego nos 70 km da rodovia entre Campo Grande e Sidrolândia. “O ideal é que seja duplicado todo o trecho que recebe um volume diário de 10 mil veículos. É necessário trazer um estudo de tráfego que aponte qual a melhor alternativa . Acredito que a abertura da terceira pista em alguns trechos críticos seria uma alternativa para garantir mais segurança ao tráfego ”, destaca o deputado. 

Em entrevista ao Jornal O Estado, Dorival Oliveira, gerente do Setlog MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado) destacou que a duplicação é urgente. Além disso, cita a necessidade de melhorias com pontos de retorno e melhores qualidades para garantir, principalmente, a segurança de quem trafega pela BR-060.

Em entrevista ao Jornal O Estado, Dorival Oliveira, gerente do Setlog MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado) destacou que a duplicação é urgente. Além disso, cita a necessidade de melhorias com pontos de retorno e melhores qualidades para garantir, principalmente, a segurança de quem trafega pela BR-060.

“A questão da necessidade da duplicação é pelo aumento do fluxo do trânsito. A rodovia foi projetada há muito tempo, então era uma realidade diferente da que temos hoje. Além disso, precisamos de pontos de retorno por que ali não tem, faltam obras de infraestrutura. Mas não pode ser igual à da BR-163. Com a duplicação você diminui o tempo de transporte, por que você mantém uma velocidade constante, economiza na frenagem e principalmente, melhora a segurança”, destacou.

Quem também confirma a necessidade de melhorias é Osny Carlos Bellinati, presidente do Sindicam-MS (Sindicato dos Caminhoneiros em Mato Grosso do Sul). Para ele a duplicação já é necessária há muito tempo. “É Necessário HÁ muito tempo pelo número de veículos que por ali passam. Você tem que ficar ligado nos imprudentes na via. E olha que não são poucos. Com a duplicação diminui o tempo de estrada. Todos ganham”, pontua.

As mortes na BR-060 no trecho entre Sidrolândia e Campo Grande são registradas quase que semanalmente pela Polícia Rodoviária Federal. Em dezembro de 2023 condutor de um veículo Astra acabou batendo em um ônibus no trecho entre Sidrolândia e Campo grande e acabou morrendo após ficar presos nas ferragens. Acidente aconteceu na BR-060, próximo ao frigorífico da JBS, o veículo da vítima estava lotado de agrotóxicos e cigarro paraguaio. O corpo do motorista ficou preso às ferragens e os socorristas tiveram que usar desencarcerador para retirálo das ferragens. Conforme a apuração.

Ainda em 2023, uma colisão entre duas na BR-060, em Sidrolândia, deixou quatro pessoas feridas e fez uma vítima. O caso envolveu uma Toyota Hilux e uma F-250. Em outubro do ano passado, o servidor municipal, Sebastião de Souza Nantes, de 60 anos, morreu na após um acidente de trânsito na BR-060, em Sidrolândia. Conforme as informações a vítima estava pilotando uma motocicleta, quando foi atingido pelo caminhão de uma empresa próximo à rotatória do frigorífico. Com o impacto da colisão, a vítima foi arremessada e veio a óbito.

No dia 16 de janeiro de 2024, um adolescente de 16 anos, morreu após ficar hospitalizada na Santa Casa. Ela era passageira de um Volkswagen Fox que se envolveu em um acidente com um Hyundai Creta na BR060, entre Sidrolândia e Campo Grande, na tarde do domingo (28). A vítima teve poli traumatismos e um edema cerebral e o quadro dela era bastante grave, no qual ela não suportou após a primeira intervenção médica, que realizou um procedimento cirúrgico, conforme informações do boletim de ocorrência.

56,2% precisam de novos investimentos 

Vale lembrar, que a necessidade de investimentos em rodovias não é algo exclusivo da BR-060. Em 2023, a pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) de Rodovias avaliou toda a malha pavimentada das rodovias federais e os principais trechos estaduais. No estudo foram analisados 111.502 km no Brasil, dos quais 4.738 km estão em Mato Grosso do Sul, representando 4,2% do total pesquisado. Os dados do Estado indicaram para a deficiência na pavimentação de 56,2% das vias, problemas de sinalização, a predominância das pistas simples em 95,5%, falta de acostamento em 42,0% e a necessidade de um investimento de R$ 3,2 bilhões em obras emergenciais.

Em Mato Grosso do Sul, a situação identificada pela CNT é que 56,2% da malha rodoviária pavimentada é considerada regular, ruim ou péssima; diferente de outros 43,8% tidos como ótima ou boa. Sobre problemas no pavimento, o índice é de 51,6% da extensão da malha rodoviária com algum problema; já outros 48,4% estão em condição satisfatória; 0,0% está com o pavimento destruído. No quesito sinalização, a situação foi considerada regular, ruim ou péssima em 37,0% de toda a extensão; bem como, 63,0%, está ótima ou boa. O estudo indicou que 3,1% está sem faixa central; e 5,4% não tem faixas laterais, além disso, 44,9% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.

Segundo a Confederação, em todo o Estado foram identificados 30 pontos críticos, que impactam diretamente no custo operacional, gerando um aumento de 26,6% nas operações de transporte, o que se reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos. Neste ano, estima-se que haverá um consumo desnecessário de R$ 44,0 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no Estado. Esse desperdício custará R$ 289,58 milhões aos transportadores.

Além disso, a situação envolve um prejuízo de R$ 353,17 milhões em 2022, gerado por acidentes. No mesmo ano, o governo gastou R$ 44,90 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte. Do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, especificamente em Mato Grosso do Sul, em 2023 (R$ 387,42 milhões), foram investidos R$ 49,02 milhões até setembro (12,7%).

Por Michelly Perez e Thays Schneider 

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