Mesmo aos 38 anos de idade, Roger Federer ainda vive situações inéditas no circuito. Maior vencedor de torneios do Grand Slam (os quatro principais do tênis) entre os homens, com 20 troféus, o suíço nunca viu seu recorde tão ameaçado como em 2020. Pela primeira vez, Federer, atual terceiro colocado do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), abre a temporada com tenista a uma conquista de igualá-lo.
Este é seu grande rival, o espanhol Rafael Nadal, atual número 1 do mundo e que tem 19 troféus de Grand Slam. Depois vem Novak Djokovic, segundo do ranking (16 títulos). Os três encabeçam a lista de favoritos no Australian Open, primeiro dos principais torneios da temporada e que começa neste domingo (20), com transmissão dos canais ESPN. A situação é inédita para o suíço. Quando ele se tornou o maior vencedor de Grand Slams e ultrapassou Pete Sampras ao vencer o Wimbledon de 2009 (seu 15º título), o americano já estava aposentado havia sete anos.
No ano passado, Federer não venceu nenhum dos quatro principais torneios do circuito, mas chegou à final na grama inglesa -perdeu para Djokovic na decisão mais longa da história do torneio: 4 horas e 57 minutos. Se o fato de ter apenas uma conquista no Australian Open pesa contra as chances de Nadal, ele tem a seu favor o retrospecto de 12 títulos nos 15 Roland Garros que disputou durante a carreira.
Neste ano, Nadal estreou na nova competição entre países do circuito, a ATP Cup. Perdeu na decisão justamente para a Sérvia de Djokovic, 32, que o dominou no confronto direto entre os líderes do ranking. . Sete vezes campeão do Australian Open e principal favorito a levar o oitavo troféu, Djokovic tem chances remotas de alcançar o suíço ainda em 2020. Para isso, precisaria vencer os quatro Slams do ano, algo que nenhum homem consegue desde o australiano Rod Laver em 1969. Até agora, Federer não disputou torneios em 2020.
Todos os vencedores de Slams masculinos desde 2011 têm hoje mais de 30 anos, sendo que apenas 6 dos 36 torneios disputados no período não foram vencidos por Djokovic, Nadal ou Federer.
Na chave feminina, Serena Williams, 37, buscará mais uma vez bater a marca da australiana Margaret Court (aposentada em 1977): 24 Slams. Em 2017, após Serena vencer na Austrália seu 23º título, parecia ser apenas questão de tempo para o recorde ser superado. Depois de mais de um ano afastada devido ao nascimento de sua primeira filha, Serena retornou ao circuito em 2018 e desde então acumula quatro vices em Slams: dois em Wimbledon e dois no US Open.Essa será a oitava tentativa da americana, atualmente a nona colocada do ranking mundial, de igualar Court. No último domingo (12), ela levantou seu primeiro troféu desde o retorno, em Auckland.
Assim como nos últimos anos, a pergunta que se faz no início deste é se os bons resultados em torneios importantes, mas não no mesmo nível dos Slams, irão se repetir nos maiores palcos do tênis. Hoje, dentre os dez primeiros colocados do ranking da ATP, metade tem mais de 30 anos. A média de idade do top 10 é de 28 anos.
(Texto: Lyanny Yrigoyen com informações Folhapress)