Hamas agradece a Lula por declarações sobre genocídio em Gaza

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O grupo palestino Hamas emitiu um comunicado neste domingo (18) para agradecer às declarações feitas pelo presidente Lula durante uma coletiva de imprensa na Etiópia. Lula afirmou que só há uma comparação para descrever o que está acontecendo na Faixa de Gaza: “quando Hitler decidiu matar os judeus”. Essa comparação abriu uma crise diplomática com Israel.

“Nós do Movimento Resistência Islâmica (Hamas) agradecemos a declaração feita pelo presidente brasileiro Lula da Silva, que descreveu o que nosso povo palestino enfrenta na Faixa de Gaza como um Holocausto e que as ações dos sionistas hoje em Gaza são as mesmas que Hitler fez com os judeus durante a Segunda Guerra Mundial”.

Na nota, o Hamas pede ainda que “a Corte Internacional de Justiça leve em consideração a declaração do presidente brasileiro”. A África do Sul entrou com uma ação na Corte acusando Israel de genocídio do povo palestino. O Brasil apoiou a ação. Nesta sexta-feira (16), a Corte divulgou uma decisão em que reafirma que Israel deve garantir segurança e proteção a palestinos na Faixa de Gaza.

Segundo o SBT News, apesar dos elogios do Hamas, o presidente Lula usou sua viagem à África pra condenar as ações do grupo. No dia 15, ao lado do presidente do Egito, afirmou:

“O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e o sequestro de centenas de pessoas. E nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento.”

No discurso na cúpula da União Africana, neste sábado (17), Lula manteve o mesmo tom.

Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses, e demandar a liberação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza – em sua ampla maioria mulheres e crianças – e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população.

Ainda no sábado, o presidente brasileiro se encontrou com o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, que negou relações com o Hamas. No encontro, Lula condenou as ações terroristas do grupo.

A declaração que deu início a uma crise diplomática com Israel foi feita de improviso, durante a entrevista coletiva em Adis Abeba.

Não é a primeira vez que uma fala improvisada de Lula gera ruído internacional. Em uma parada nos Emirados Árabes Unidos, em abril do ano passado, Lula comentou o conflito na Ucrânia e recebeu críticas ao dizer que a “decisão pelo conflito foi tomada por dois países”. Na ocasião, Lula atenuou o discurso dizendo que o governo condena a “violação da integridade territorial”

 

Com informações do SBT News.

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