Durante uma extensa “superlive”, de mais de duas horas, ao lado de seus filhos neste domingo (28), Jair Bolsonaro abordou diversos temas, destacando-se suas posições sobre fake news, o suposto gabinete do ódio, a ausência de provas nas acusações contra sua família, as suspeitas no caso Marielle Franco, o atentado a faca que sofreu em 2018 em Minas Gerais, a morte do prefeito Celso Daniel (PT), as eleições de 2024, entre outros.
Vestindo a camisa da seleção de futebol de Israel, Bolsonaro afirmou que é alvo de ataques por parte da opinião pública e da mídia, alertando que candidatos devem estar preparados para enfrentar “mentiras”. Acompanhado de seus três filhos políticos, o ex-presidente utilizou a transmissão para anunciar o lançamento de um curso de preparação de candidatos conservadores, inspirado nos cursos virtuais de Olavo de Carvalho.
“Vai ter a disputa Bolsonaro versus a esquerda. Busquem aqueles candidatos que tenham referência, esses princípios, que o presidente Bolsonaro criou dentro do nosso partido”, afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Na live, Bolsonaro defendeu valores familiares, manifestando-se contrário à introdução de questões relacionadas à diversidade sexual nas salas de aula. Também criticou o Projeto de Lei das Fake News, em tramitação na Câmara, alegando que ele resultaria na perda da liberdade de expressão.
A família Bolsonaro aposta na formação de candidatos e simpatizantes da direita para eleger políticos de oposição a Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente dedicou parte da transmissão para criticar Lula, sugerindo que o petista focasse em seu governo em vez de atacar Jair Bolsonaro. Além disso, Bolsonaro defendeu o agronegócio como uma tentativa de vincular o setor à direita, citando ações e declarações de Lula que desagradaram ao meio rural.
“O que leva uma pessoa a falar que o agro é fascista? O que leva uma pessoa a facilitar ações do MST, levando terror ao campo? O que leva uma pessoa, meses depois do Parlamento votar por quase unanimidade a questão do marco temporal, o governo vetar?”
Bolsonaro defendeu o voto impresso logo no início da transmissão, usando como exemplo uma situação envolvendo a Venezuela.
“Houve um acordo entre a oposição e a situação de Nicolás Maduro na Venezuela, o Tratado de Barbados [Acordo de Barbados], eles resolveram juntos trabalhar para que sanções americanas deixassem de existir ou fossem atenuadas em troca de eleição livre e justa na Venezuela”, disse, ensaiando um elogio ao sistema de voto impresso ao lado de urna eletrônica, que guiou o acordo.
“Só que, o Tribunal Supremo da Justiça decidiu deixar inelegível por 15 anos a maior opositora do Maduro, Maria Corina, e o [Henrique] Capriles. Ou seja, no momento o Maduro não tem oposição na Venezuela”, afirmou, destacando que “lá, a oposição não ganha.”
Na live, o ex-presidente falou bastante sobre “narrativas”, mentiras e redes sociais. Disse que a aprovação do projeto de lei de combate às fake news em trâmite na Câmara dos Deputados seria a “pá de cal na democracia brasileira”.
Também citou o ministro Alexandre de Moraes, que presidiu o TSE na eleição.
“Até plagiando Moraes, ‘quem não quer se expor, não se candidate’. O próprio Alexandre de Moraes fala aí, num julgado no STF ou TSE: ‘quem não quer se expor, não se candidate’. Mentira. Infelizmente vai acontecer. Nos acusam de espalhar fake news, mas não mostram qual é a fake news. Nos acusam de gabinete do ódio, mas não mostram matéria que teria saído do tal do gabinete do ódio.”
Prefeitura de Campo Grande
Sobre as eleições de 2024, Bolsonaro reforçou que apoiará um candidato de sua escolha
“muito deputado quer disputar uma vaga na prefeitura porque não tem nada a perder. Não, não é assim. Então, temos conversado no partido. Município abaixo dos 200 mil eleitores, não adianta eu lançar um candidato, o PP lançar outro, a gente se divide e o PT sobe. Vamos conversar para compor. E onde tem mais de 200 mil habitantes, por exemplo Campo Grande, estamos acertando para ter um candidato para Prefeito em Campo Grande, pois podemos ir para o segundo turno e, caso não for, podemos fechar com o candidato de oposição à esquerda. É assim que a gente compõe.”
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