Strada e Hilux são os veículos que dominam preferência em MS

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[Texto: Julisandy Ferreira, Jornal O Estado de MS]

Com mercado aquecido, comerciantes esperam vendas melhores

Com 11 municípios incluídos no ranking dos 100 mais ricos no agronegócio, Mato Grosso do Sul demonstra que o seguimento influencia até mesmo na hora de comprar um carro novo. A informação é confirmada por dados levantados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que confirma a Fiat Strada – com 2152 de vendas – como o carro mais vendido em todo o Estado no ano de 2023. Em seguida, aparecendo em 2º lugar no ranking, a Toyota Hilux, com 1710 veículos vendidos durante o ano passado em todo o Estado.

Nesta conta, os meses que se sobressaem quando o assunto é a venda de veículos Fiat Strada são junho – com 200 carros do modelo vendidos – e dezembro, com 203 carros vendidos. Já com relação ao modelo Toyota Hilux, o pico no número de vendas foi entre agosto, quando as vendas atingiram 200 veículos totalizados no mês, e março, quando o montante atingiu 180 veículos vendidos.

Em apuração, o jornal O Estado foi até as ruas para entender como tem sido o fluxo de vendas e, se de fato, os números se confirmam na prática. Conforme aponta o proprietário da Sorócar Veículos, Everaldo de Jesus Santos, 68, de fato, os modelos predominantes quando o assunto é adquirir um carro são esses. “Gol, Uno e carros mais básicos. Os carros mais caros já estão mais complicados para vender. [Hoje eu vendo] uma média de 10 ou 15 veículos por mês, modelos mais populares como Gol e Fiat Strada, ou seja, carros que se vendem. A camionete que vende é a Hilux, essa é boa de vender”, pontua o proprietário da Sorócar Veículos.

Conforme aponta Santos, 2024 começou bem para o ramo dos veículos. Como pontua, janeiro está até melhor que o final do ano para as vendas. “Esse início do ano foi melhor do que o final do ano, para mim foi melhor. Todos os finais de ano é aquela correria, mas esse ano começou e está sendo bem melhor, para mim começou bem melhor”, destaca.

Com foco no público do agronegócio, a gerente de vendas da Mitsubishi HC, Jerusa Croseta, 44, explica que o ponto forte da marca tem sido as picapes. Como pontua, janeiro começou bem nas vendas e segue com os resquícios de um fim de 2023 bem aquecido. “2023 começou um pouco devagar e no fim do ano deu uma aquecida boa. O ano de 2024 começou com a sobra de 2023, do aquecimento do final do ano, então a gente tem vendido bem, foram duas semanas boas de vendas”, argumenta.

Conforme esclarece Croseta, a L200 Triton segue sendo o carro-chefe de vendas da Mitsubishi. No entanto, a marca possui modelos de R$ 170 mil a R$ 412 mil. O Mitsubishi Eclipse Cross, por exemplo, tem ganhado espaço com o público. “Não temos muitos modelos de carro, mas temos o Eclipse que é o mais barato, que começa em R$ 170 mil e o mais caro, que é a Pajero, que está em R$ 412 mil. Agora a gente teve uma redução no preço do Mitsubishi Eclipse Cross, um SUV, então entrou bastante na concorrência e estamos vendendo bastante. Apesar do Triton ser o nosso carro chefe, hoje o Eclipse está fazendo bastante volume”, elucida.

Como demarcado, as pessoas que tem como seguimento o agronegócio são um público mais forte quando o assunto é a venda de camionetes. No entanto, com a chegada de outros modelos, o público também muda. “O pessoal do agronegócio é o nosso público mais forte. Mas, estamos vendo muitos médicos, profissionais liberais e advogados que têm conhecido o Eclipse, que é um SUV médio, que era 30 mil mais caro e abaixou muito e agora a gente tem pegado esse público também, mas sempre trabalhamos com público do agronegócio mesmo”.

MS na 3ª posição

Conforme levantado pela Fenabrave, em Mato Grosso do Sul, quem assume a 3ª posição quando o assunto é a venda de carros em 2023, é o modelo Polo da Volkswagen – com 1242 comercializações. O gerente de vendas da Autobel Veículos, Lino Leal Lopes, 35, explica que na Volkswagen, os modelos com maior volume de vendas na atualidade em Campo Grande, são o Nivus e o T-Cross.

“O Nivus é um carro lindo, moderno, conectado, bem diferenciado do mercado, com design inovador e é o que mais vende. Hoje a média de preço deles é de R$ 120 a R$ 160 mil.  O carro de entrada nosso é o Polo Track, a partir de 82.900, que também tem um emplacamento considerável, mas em números, para nós o Nivus e T-Cross superam a venda do carro popular”, esclarece.

O gerente de vendas da Potencial Veículos, Antonio Alencar, 61, há pelo menos 22 anos no seguimento de venda de automóveis, explica que somente agora o mercado está voltando aos eixos. Com a chegada da pandemia, o mercado presenciou uma inflação considerável nos preços, dificultando as vendas.

No entanto, Alencar afirma que agora o cenário está voltando aos trilhos. “Na pandemia houve um aumento muito gritante de preços e hoje o mercado está voltando. O que a gente observa ao longo do tempo, é que se você pegar no passado recente, quem comandava o mercado era a Volkswagen com o Gol, quando os carros foram evoluindo, como veio o HB20 2012, o Onix, o Etios, que não pegou muito porque a Toyota tinha uma visão mais em carros de luxo, teve essa mudança no mercado e percepção do cliente em relação ao produto”, destaca.

Segundo Alencar, o público hoje busca por qualidade e preço acessível, principalmente porque o financiamento ficou “apertado” , como afirma, e os juros subiram. No entanto, o mercado muda rápido e é necessário estar sempre adaptado ao que o consumidor exige.

“O público procura qualidade e um produto acessível, que possa ter bom valor de revenda. A visão do público muda constantemente e tudo que eu estou te passando, por exemplo, daqui a dois ou três meses, pode ser tudo diferente. O mercado de automóveis é assim, muito oscilante. Os modelos mais vendidos hoje são HB20, Onix e Sandero e, para a linha do sedan tem o HB20S, o Prisma e o Voyage, que teve uma queda acentuada, não sei porque, mas caiu um pouco o Voyage. Você também vai ter carros populares como Kwid e Mobi, então são carros que têm giro no mercado. Hoje o público procura um produto de qualidade com preço acessível, porque a parte de financiamento ficou mais ajustada e os juros deram uma subida”, finaliza.

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