Para consumidor diminuição só deve chegar após 15 dias, avalia o Sindicam/MS
Antes do fechamento do ano, a Petrobras anunciou uma redução de R$ 0,27 no litro do diesel para as distribuidoras, a partir desta sexta-feira (8). O valor a ser vendido passará a ser de R$ 3,78, equivalente a 6,67% sobre o valor anterior. Com esse reajuste, o preço médio do diesel A S10, nas distribuidoras, pode chegar a R$ 5,92 por litro, considerando que o último Levantamento de Preços de Combustíveis da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) indicou um valor médio de R$ 6,16 por litro.
No entanto, até que essa redução chegue nos postos de distribuição do Estado, o consumidor deve sentir essa diminuição em, no máximo, 15 dias, calcula o presidente do Sindicam/MS (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul), Osny Belinati. Prazo que, segundo sua avaliação, o ideal seria que a redução fosse repassada o quanto antes, o que beneficiaria a categoria que depende do combustível para trabalhar.
“Infelizmente, esse reajuste vai demorar de 10 a 15 dias para chegar no bolso do consumidor final. O interessante é que essa baixa chegasse o quanto antes para o caminhoneiro que usa diariamente o diesel, mas ficamos mais animados com qualquer anúncio de queda no preço”, ressalta Belinati.
O representante da categoria reforça ainda que esse reajuste reflete diretamente em outros setores. “Vale lembrar que diminuindo o preço para as distribuidoras, nas bombas cai também o valor, e, consequentemente, cai os custos de frete, barateando até os valores dos alimentos nos supermercados”, conclui o presidente do Sindicam em MS.
Preço médio
Ao considerar a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor cairá R$ 0,24 por litro e passará a ser, em média, R$ 3,33 a cada litro vendido na bomba. Com isso, o preço médio do diesel A S10 nas bombas poderá atingir valor de R$ 5,92 por litro, considerando que o Levantamento de Preços de Combustíveis da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a semana de 26 de novembro a 2 de dezembro indicou valor médio de R$ 6,16 por litro.
A Petrobras lembra que o valor cobrado ao consumidor final no posto é afetado por outros fatores, como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda. “Daí, esta estimativa ter propósito meramente referencial, mantidas constantes as demais parcelas que compuseram os preços ao consumidor naquele período.”
A companhia destacou, também, que cabe às autoridades competentes realizar ações de fiscalização, autuação e penalização de práticas abusivas ou lesivas ao consumidor.
Redução
Pelos cálculos de André Braz, economista do IbreFGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) de dezembro deve registrar uma redução de 0,28 ponto percentual graças à redução do diesel, já que tem peso de 60% no Índice Geral de Preços. No entanto, ele tem pouco peso no cálculo total da inflação do varejo.
Mas isso não significa que o consumidor não vai sentir a queda do combustível no bolso. O que acontece é que existe uma “inflação escondida” nos produtos e serviços que leva em conta alguns fatores que compõem os preços, como câmbio e valor dos combustíveis.
Ou seja, outros produtos e serviços também podem cair nas próximas semanas graças à redução no diesel. Um exemplo é as compras on-line e serviços de entrega, com o frete mais baixo, o que gera também uma redução nas taxas de entrega dos produtos.
Gasolina
No momento, a Petrobras está mantendo estáveis seus preços de venda de gasolina às distribuidoras, tendo em vista o último movimento realizado em 21 de outubro, de redução de R$ 0,12 por litro. No ano, os preços de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras acumulam queda de R$ 0,27 por litro, o equivalente a 8,7%.
Para o GLP (gás de cozinha), os preços de venda às distribuidoras permanecem estáveis desde o dia 1º de julho. No ano, os preços do gás de cozinha para as distribuidoras acumulam retração equivalente a R$ 10,40 por botijão de 13 kg, ou 24,7%.
A companhia reiterou que na formação de seus preços “busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.
Por – Suzi Jarde
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