A Polícia Civil do Piauí abriu inquérito para investigar um ato de violência sexual e ameaças de morte contra dez adolescentes e duas jovens maiores de idade, de um mesmo bairro em Teresina. O suspeito exigia fotos nuas das meninas em mensagens pelo WhatsApp, e caso não fosse atendido, ele ameaçava estuprá-las na escola, além de matar as vítimas e os pais delas.
O delegado Odilo Sena, titular do 21º DP em Teresina, informou que o suspeito usa agenda telefônica de celulares furtados. A investigação aponta que os alvos são crianças e adolescentes. “Algumas vítimas ficaram assustadas, não sabiam se defender e enviaram fotos para ele, que saiu espalhando fotografia de crianças nuas”, contou o delegado.
Ele informou que há indícios de que o criminoso também tenha feito vítimas no Maranhão, em Brasília, Mato Grosso e no Rio de Janeiro.
Até agora ninguém foi preso. O delegado foi à escola das vítimas para dar uma palestra, acalmar os pais e recomendou que as famílias conversem e acompanhem o que as crianças estão fazendo nas redes sociais.
RELATOS
Uma das vítimas, de 18 anos, disse que a primeira abordagem do estuprador foi em 19 de outubro de 2019. “Ele dizia que era um amigo, pedia fotos, eu disse que não iria mandar, então ele ameaçava me estuprar, me matar, e dizia que eu podia avisar para a família”.
O suspeito chegou a enviar para ela fotos de outras vítimas nuas em poses constrangedoras. “Ele me encaminhou fotos de três garotas nuas: duas eu conhecia e eram da minha escola. Ele dizia que as meninas tinham mandado para ele e era para eu fazer do mesmo jeito. Todo mundo ficou apavorado”, disse a garota, que contou as ameaças para a mãe.
Uma zeladora, de 27 anos, contou que sua filha de 11 anos, recebeu uma mensagem, também em outubro do ano passado. “Ele sabia o nome dela, perguntou quantos anos ela tinha e disse que queria fotos peladas. Ele dizia na mensagem: ‘vou agarrar você na sua escola, estuprar, matar. Você vai ser a sexta vítima”.
A mulher confirmou que a filha recebeu imagens de garotas nuas e, com medo, deixou de ir à escola por uma semana.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações do Uol)