No acumulado do ano, gasto ultrapassa os R$ 6 mil
Pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, realizada pelo Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado, do grupo Gouvêa Ecosystem, indicou que Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul, apresentou o preço médio mais caro para o trabalhador almoçar fora: R$ 49,17.
Pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, realizada pelo Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado, do grupo Gouvêa Ecosystem, indicou que Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul, apresentou o preço médio mais caro para o trabalhador almoçar fora: R$ 49,17.
Com o maior custo da região Centro-Oeste, a equipe do jornal O Estado constatou que para quem almoça um prato contendo arroz, feijão, carne, batata frita e salada, o trabalhador gasta, no mínimo, R$ 26,19. O Estado pesquisou, em quatro restaurantes, os valores para uma alimentação completa, em um shopping de Campo Grande. Levando-se em consideração os 250 dias úteis, o que esses trabalhadores gastariam, comendo fora de casa, chega a R$ 6.547,50.
Com essa realidade, Gabriela Moraes, 23 anos, que trabalha como atendente, compartilhou que leva seu alimento preparado de casa e o motivo é o alto custo com a refeição feita em restaurantes. “Gastar com almoço fora de casa dá para fazer, no máximo, duas vezes no mês. E quando faço isso gasto, em média, R$ 30 com a bebida. É quase o valor da minha diária, por isso prefiro trazer de casa”, explica a profissional.
Hélio Dib, 23, divide seu tempo entre o trabalho e os estudos. Ele contou, à reportagem, que já teve a experiência de comer fora todo dia, no intervalo do expediente e que, no final das contas, viu que não compensava. “Trago marmita da minha casa, se não vai meu salário inteiro com alimentação. Quando eu comecei a trabalhar tinha esse gasto, comia todo dia um minicalzone, que é mais em conta, custava R$ 12,50 com o suco. Mas não é como um prato de comida completo e, se colocar ‘na ponta da caneta’, dá um bom montante no final do mês”, destacou.
Já o supervisor de loja Tarcisio da Silva, 26 anos, conta que onde ele trabalha tem um cartão-alimentação, que oferece descontos em alguns restaurantes. E que se não fosse isso, teria que pagar R$ 25 para almoçar fora de casa.
“A loja onde trabalho libera um ticket de alimentação, que podemos usar em alguns restaurantes, por isso almoço fora quase que todo dia. Se não fosse isso, ter que tirar do bolso todo dia esse valor, não dá”, reforça.
Ana Vitória, de 19 anos, trabalha como atendente 6 horas por dia. Ela é mais uma do time dos que trazem o alimento pronto de casa. “Na maioria das vezes eu trago minha comida de casa. Pelo valor da refeição nos restaurantes, não compensa. Aqui, onde trabalho, tem convênio com alguns restaurantes, mas, mesmo assim, não compensa. Quando não trago de casa, um prato mais em conta que pago custa cerca de R$ 24 sem bebida, pensa ter esse gasto todo dia…” pondera a trabalhadora.
Preços encontrados
No primeiro restaurante visitado, um prato servido com arroz, isca de carne, batata frita, salada de alface e tomate custa R$ 26,90. Já no segundo estabelecimento, para o prato executivo com arroz, isca de carne e salada, o consumidor paga R$ 25 na refeição.
No terceiro restaurante, o trabalhador precisa desembolsar R$ 25,99 para comer arroz, isca de carne, batata frita e salada. E no último restaurante visitado, o prato feito com arroz, carne, batata frita e salada de alface é vendido a R$ 26,90. Em todas as refeições, não está incluso o valor de bebidas como acompanhante.
Aumento nas refeições
O preço para as refeições fora de casa teve um aumento de 70%, segundo um levantamento da Ticket, empresa de vales-refeição e alimentação da Edenred Brasil. Ainda de acordo com o estudo feito em 4.500 praças de alimentação em todo o país, o trabalhador que se alimenta fora de casa, paga, em média, R$ 46,60.
No período de 10 anos, o aumento foi de quase dois pontos percentuais acima da inflação do período, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Considerado o valor médio dos pratos, o benefício concedido pelas empresas contratadoras, o vale-refeição dura, em média, apenas 12 dias no mês. Sem o benefício, o trabalhador gastaria R$ 1.025,20 com alimentação, considerando 22 dias úteis do mês. O que compromete 35% do salário, apenas com a alimentação, no horário de trabalho.
Por – Suzi Jarde
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