Gasolina varia entre R$ 5,29 e R$ 5,39, na Capital
A queda no preço da gasolina ainda não chegou ao bolso do consumidor. No sábado (21), o combustível ficou R$ 0,12 mais barato nas distribuidoras e, consequentemente, deveria ficar nas bombas também. Em contrapartida, o valor do litro do diesel teve aumento de R$ 0,25.
Na Capital, o jornal O Estado fez uma pesquisa nos mesmos postos, antes e depois da mudança. No Royal FIC, localizado na avenida Costa e Silva, a gasolina comum ainda está por R$ 5,39; no Posto Pororoca XI, por R$ 5,39; no Posto Katia Locatelli, a gasolina está por R$ 5,37, que segundo a gerente, este valor já está com a redução, que inclusive foi feito um dia antes da baixa; no Auto Posto Trokar Petrobras está sendo vendida por R$ 5,39; no Alloy Auto Posto, R$ 5,29; no posto Paulista, na avenida Calógeras esquina com a avenida Fernando Corrêa da Costa, está custando R$ 5,29.
Os únicos que demonstraram diferença foi o Posto Vitória, localizado na rua Conselheiro João Alfredo, que saiu de R$ 5,44 para R$ 5,39; e o posto Bonatto, que saiu de R$ 5,47 para R$ 5,37.
O assistente técnico João Paulo, de 33 anos, compartilhou com a reportagem que não observou diferença na hora de abastecer sua motocicleta. “Não senti muita diferença, não. No meu caso, costumo abastecer somente em um posto de gasolina. Então, não sei em outros postos, se teve queda, mas nesse, que sempre venho, não senti diminuir.”
Para a aposentada Madalena Maria, 61, uma notícia de redução é sempre bom, no entanto, não é uma queda tão significativa. “Passei por aqui e vi a placa de preço, achei mais em conta que em outros. Mas não fez tanta diferença assim, na hora de pagar.”
O presidente do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, explica que não é possível prever a durabilidade desses ajustes, pois não há como prever as alterações. “Quem recebe primeiro os ajustes são as distribuidoras. Na medida em que os pedidos chegam dos postos, repassam suas reduções ou reajustes, cada uma dentro da sua linha comercial, pois, o mercado é de preços livres, tanto para distribuidoras como para postos. Assim, gradativamente, vão ocorrendo as alterações”, argumenta Lazarotto.
Explicações
De acordo com o advogado tributarista Daniel Pasqualotto, as distribuidoras não são obrigadas a fazer o repasse. “De fato, as distribuidoras não são obrigadas a repassar o valor para os postos de combustíveis. Isso é geral. Qualquer cadeia de produção e posterior venda, se eu sou o primeiro da cadeia, não sou obrigado a tirar do meu preço final esse valor. É de bom tom que haja o repasse”, destaca.
O economista Lucas Mikael explica que os donos de postos não têm obrigação de repassar a redução ao consumidor. Por isso, alguns mantêm o mesmo preço e justificam a medida, como uma forma de repor a margem de lucro perdida nos últimos meses. “O mercado acaba se regulando quando tem uma queda do preço na Petrobras, às vezes demora para ser sentido no bolso do consumidor, porque a distribuidora e o posto ainda têm estoque do combustível comprado com o preço antigo e precisam vendê-lo pelo valor mais caro, anterior à redução”, pontua.
Segundo o economista Eduardo Matos, os valores dos combustíveis podem ser analisados por duas ópticas. A primeira, é quanto ao preço do barril de petróleo, em decorrência dos tensionamentos entre Ucrânia e Rússia, mas também na Faixa de Gaza.
O outro ponto que o economista cita é a questão de mercado. O combustível tem um poder significativo, na inflação.
“No Brasil, por lei, parte da gasolina deve ser composta por etanol. Esse último, por sua vez, teve redução nos custos. Os custos de aquisição dele estão bem baixos e o reflexo disso é que o etanol, hoje, compensa bem mais que a gasolina. Por a gasolina ter em sua composição o etanol, isso faz com que o produto fosse barateado. Existe a questão do petróleo, que faz grande parte da gasolina, mas o fato de o etanol ter reduzido seu preço pressionou o preço da gasolina para baixo, também”, finalizou.
Gasolina A: QUEDA de R$ 0,12
Gasolina C: QUEDA de R$ 0,0876
A gasolina A recebeu 0,12 centavos de redução na refinaria. Mas, a gasolina C, que é vendida nos postos e recebe adição de 27% de etanol, é calculada da seguinte maneira: R$ 0,12 x 27% = 0,0325 que resulta em 0,0875 de média
Por – Julisandy Ferreira
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